PATRIMÔNIO

Prefeitura do Recife anuncia quatro novos Patrimônios Vivos; saiba quais são os escolhidos

Os grupos e mestres da cultura popular receberão bolsas de incentivo vitalícias

Tribo de Caboclinhos Tupi - Marcos Pastich/PCR

O Recife ganhou mais quatro Patrimônios Vivos. Em reunião do Conselho Municipal de Política Cultural, realizada na última quinta-feira (7), foram escolhidos para receber o título: a Associação Cultural e Quadrilha Junina Origem Nordestina, a Tribo de Caboclinhos Tupi, a parteira Edileusa Maria da Silva e o porta-estandarte José Fernando Alves Zacarias.

Com o registro, os novos patrimônios receberão bolsas de incentivo mensais vitalícias. Os valores - reajustados de acordo com a Lei 18.827/2021- - são de R$ 1.921,06 e R$ 2.561,41, para indivíduos e coletivos artísticos, respectivamente.

O objetivo do título de Patrimônio Vivo é reconhecer e valorizar mestres, mestras e grupos culturais tradicionais e populares da capital pernambucana, assegurando ainda a transmissão e perpetuação de seus conhecimentos e técnicas. 
 

Todo o processo de escolha dos novos nomes foi iniciado em agosto deste ano. Concorriam ao título 20 defensores das manifestações culturais recifenses, que se sagraram finalistas, após quatro etapas de avaliação das candidaturas. 

Conheça os novos Patrimônios Vivos do Recife:

Associação Cultural e Quadrilha Junina Origem Nordestina
A Origem Nordestina foi fundada em 1994, no Morro da Conceição, sendo a primeira quadrilha a ter como presidenta e marcadora uma travesti, popularmente conhecida como Suelane Tigresa. Seus espetáculos costumam pautar temas como racismo religioso e desigualdades de gênero. 

Tribo de Caboclinhos Tupi
Fundado em 17 de julho de 1938, no bairro de Tejipió, o Tupi é uma das mais tradicionais agremiações carnavalescas da cidade, tendo já conquistado títulos de campeã e vice campeã no Concurso de Agremiações, realizado pela Prefeitura do Recife. Atualmente, o grupo está sediado no bairro da Mangueira e conta com 200 integrantes.

Edileusa Maria da Silva
Edileusa nasceu em 1 de dezembro de 1956, em Vitória de Santo Antão, e mudou-se com a família para o Recife aos cinco anos. Descobriu sua vocação como parteira, por acaso, aos 32 anos, quando precisou fazer o parto de uma vizinha que não conseguiu chegar a tempo no hospital. A notícia se espalhou no Loteamento Jardim Eldorado, em Guabiraba, onde Edileusa mora até hoje, e ela começou a ser procurada por gestantes das redondezas. Hoje, é detentora de um vasto repertório de saberes e práticas populares ancestrais.

José Fernando Alves Zacarias
Conhecido como Seu Zacarias, esse carnavalesco nato tem 80 anos de idade e nem pensa em aposentar o estandarte. Seu primeiro desfile como porta estandarte oficial, foi em 1972, com a Troça Carnavalesca Mista Abanadores do Arruda e o Clube das Pás Douradas. Já desfilou em vários blocos, como Lenhadores, Bola de Ouro, Clube Estrela de Paudalho, Vassourinhas, Marins dos Caetés, Pitombeira dos 4 Cantos, Nação Estrela Brilhante entre outros. É o primeiro e único porta estandarte do Galo da Madrugada.