Influencer Renato Cariani é alvo de operação contra desvio de produtos químicos para produzir drogas
Mais de 19 toneladas de cocaína e crack prontas para o consumo foram identificadas pela PF
Operação da Polícia Federal (PF) deflagrada nesta terça-feira (12) mira uma organização criminosa suspeita de desviar produtos químicos para produzir drogas. Segundo o uol, a indústria química Anidrol, que tem como sócio Renato Cariani, é o principal alvo.
Cariani é influenciador fitness e acumula mais de 14 milhões de seguidores nas redes sociais, onde se descreve como professor de química, professor de Educação Física, atleta profissional, empresário e youtuber.
Segundo a PF, foram identificadas 60 transações dissimuladas vinculadas à atuação da organização criminosa, totalizando, aproximadamente, 12 toneladas de produtos químicos (fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila), o que corresponde a mais de 19 toneladas de cocaína e crack prontas para consumo.
Em publicações em suas redes sociais, Renato mostra ser influente com as celebridades. No Instagram, ele aparece ao lado de apresentadores de TV, cantores e outros influenciadores. O site de Cariani vende cursos e treinamentos a partir de R$ 49,90 por mês.
Ao todo, a Operação Hinsberg — o nome faz alusão a Oscar Hinsberg, químico que percebeu a possibilidade de converter compostos químicos em fenacetina, principal insumo desviado — cumpre 18 mandados de busca e apreensão em endereços situados em São Paulo, Paraná e Minas Gerais.
"O controle de insumos químicos e a repressão dos desvios para o tráfico de drogas têm se configurado como ferramenta de inteligência utilizada pela PF na mitigação da produção e oferta de entorpecentes no território nacional. Mais de 70 policiais federais", disse a PF.
As investigações da operação revelaram que o esquema abrangia a emissão fraudulenta de notas fiscais por empresas licenciadas a vender produtos químicos em São Paulo, usando “laranjas” para depósitos em espécie, como se fossem funcionários de grandes multinacionais, vítimas que figuraram como compradoras.
"Os envolvidos empregavam diversas metodologias para ocultar e dissimular a procedência ilícita dos valores recebidos, tais como interpostas pessoas e constituição de empresas fictícias", completou a polícia.
As pessoas relacionadas aos fatos investigados responderão, cada qual dentro da sua esfera de responsabilidade, pelos crimes de tráfico equiparado, associação para fins de tráfico, bem como pelo crime de lavagem de dinheiro. As penas cominadas podem ultrapassar 35 anos de reclusão.