Alvo de hackers, Janja relatou cobranças a big techs: 'Responsáveis por muita violência digital'
Perfil da primeira-dama no X foi invadido nesta segunda-feira. Em entrevista ao GLOBO em novembro, ela disse sofrer ataques contra a honra e exposição de deep
Com o perfil na rede social X (antigo Twitter) hackeado nesta segunda-feira (12), a primeira-dama Rosângela Silva, a Janja, afirmou numa entrevista exclusiva ao Globo sofrer muitos ataques pelas redes sociais. À época, ela declarou que "as big techs são responsáveis por muita violência digital", se referindo as denúncias que já havia realizado e com pouco efeito prático.
O perfil no X foi invadido às 21h37 e tomado por xingamentos. A primeira-dama tenta resgatar a conta. A Polícia Federal já atua no caso, e abriu uma investigação preliminar. A plataforma também foi acionada. Cerca de uma hora depois, as mensagens com ataques e ofensas foram apagadas.
Em novembro, Janja disse ter reclamado da profusão de fake news a seu respeito à direção do Google, empresa que controla a ferramenta de buscas mais usada na web, e afirmou ter ficado sem resposta sobre sua queixa:
"A maioria dos ataques é pelas redes sociais. Contra a minha honra, exposição de deep fake (vídeos e imagens criados por meio de inteligência artificial), usando meu rosto em outro corpo. Sou o alvo preferido dos bolsonaristas. Isso é fato. Por algum motivo, incomodo. Tive uma conversa com uma diretora da Google sobre empreendedorismo feminino. E falei: “Sabia que digitando no Google ‘Janja prostituta’ aparecem trocentas fake news?”. Ficaram sem resposta, porque ganham dinheiro com isso. As big techs são responsáveis por muita violência digital. Já fiz denúncias. Tenho três processos na Justiça. Tem também a violência e o machismo do entorno. Entendo, mas não aceito" declarou.
A conta de Janja tem 1,2 milhão de seguidores. Procurado, o Planalto afirmou que "repudia veementemente o ataque hacker". "Todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas. Não serão tolerados crimes, discursos misóginos, o ódio e a intolerância nas redes sociais", acrescenta a nota. O ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta, chamou os hackers de "canalhas".