guerra no oriente médio

Mais de 10% dos soldados mortos na Faixa de Gaza foram vítimas de "fogo amigo" e "acidentes"

Para as Forças de Defesa israelenses, os "acidentes fatais" ocorrem por falhas de comunicação e por haver "soldados cansados que não prestam atenção às regulamentações"

Israel expande operações no sul de Gaza - Mohammed Abed/AFP

Dos 105 soldados israelenses mortos na Faixa de Gaza desde o início da ofensiva terrestre contra o Hamas, que começou no final de outubro, 20 foram vitimados por “fogo amigo” e outros acidentes, segundo dados divulgados pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) nesta terça-feira (12). Treze dos oficiais morreram após uma “identificação equivocada” em ataques aéreos, disparos de tanques e tiros.

Além desses, um soldado foi morto por tiros que não eram destinados a atingi-lo, e outros dois foram vítimas de disparos acidentais, conforme o Times of Israel. Mais dois soldados morreram em “incidentes envolvendo veículos blindados que atropelaram tropas”, e dois foram atingidos por estilhaços, incluindo os de explosivos detonados pelas forças israelenses.

Na avaliação das IDF, há algumas razões para os acidentes fatais, incluindo o grande número de forças operando em Gaza, problemas de comunicação entre as equipes e “soldados cansados que não estão prestando atenção às regulamentações”. Atualmente, milhares de forças de infantaria, tanques e soldados operam em Gaza contra o Hamas.

O Exército de Israel afirmou que está constantemente avaliando o combate em curso, incluindo os casos de “fogo amigo”, e que busca implementar rapidamente as lições aprendidas. Além dos 105 soldados mortos na Faixa de Gaza, outros 582 ficaram feridos na operação terrestre, sendo 133 gravemente, 218 moderadamente e 231 levemente, de acordo com dados divulgados pelas IDF nesta segunda-feira.

A operação terrestre ocorre após o ataque do Hamas de 7 de outubro, quando terroristas invadiram a fronteira do sul israelense e mataram cerca de 1,2 mil pessoas, sendo a maioria civis, e sequestraram ao menos 240. Como resposta, Israel declarou guerra e lançou uma ofensiva com o objetivo de “extinguir o grupo”, além de garantir a libertação dos reféns. Inicialmente concentrados ao norte de Gaza, os combates agora também foram expandidos para o sul do enclave.

Acredita-se que ao menos 138 reféns permaneçam em Gaza após a libertação dos 105 civis, soltos durante um cessar-fogo de uma semana que ocorreu ao final de novembro. Já o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, alegou que desde o início da guerra, mais de 17,5 mil pessoas morreram, em sua maioria civis e crianças.