EDUCAÇÃO

Câmara aprova a Bolsa Ensino Médio com bônus para participação no Enem

PT orientou de maneira favorável ao projeto, mas os votos não esconderam o mal-estar no plenário

Alunos de ensino médio fazem prova simulada do Enem em escola de Brasília (DF)
Alunos de ensino médio fazem prova simulada do Enem em escola de Brasília (DF) - Gabriel Jabur/Agência Brasil

A Câmara aprovou, nesta terça-feira, o projeto de lei (PL) que garante bolsa para estudantes do Ensino Médio. O texto vai agora para o Senado.

Caso aprovado, cada aluno receberá R$ 200 mensais durante dez meses — pagamentos iniciados após a efetivação da matrícula em cada ano letivo — e mais uma poupança de R$ 1.000 por ano até o 3º ano do Ensino Médio. Dessa forma, ao todo serão R$ 3.000 por ano: as 10 parcelas de R$ 200 poderão ser sacadas pelo estudante durante o ano letivo; já o valor de R$ 1.000 depositado após a aprovação só poderá ser retirado após a conclusão do ensino regular.

Quem fizer o Enem no final do terceiro ano garante uma parcela adicional de R$ 200. 

A política garante, no total, pagamentos para mais de 2,4 milhões de estudantes do Ensino Médio cadastrados no Bolsa Família. 

O PT orientou de maneira favorável ao projeto, como a maioria das bancadas, mas os votos não esconderam o mal-estar no plenário. O PL é de autoria da deputada Tabata Amaral (PSB-SP), em trâmite na Câmara dos Deputados desde 2021. A escolha do deputado Pedro Uczai (PT-SC) para a relatoria ocorreu em 29 de novembro, dia seguinte à publicação da Medida Provisória do governo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — esta era uma das principais medidas governistas na área da Educação neste ano. 

Ao fazer a medida correr como Projeto de Lei, Lira tirou o protagonismo do governo e expôs as divergências com o ministro da Educação, Camilo Santana. Além de questões eleitorais, a escolha de Lira expõe divergências em relação ao comando do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). 

 

Ao todo, devem ser investidos no projeto cerca de R$ 20 bilhões até 2026, sendo R$ 6 bilhões no próximo ano e R$ 7 bilhões para manutenção anual da política. O objetivo é que o projeto seja aprovado no Congresso Nacional ainda em 2023 e entre em vigor no início de 2024.

— Conseguiremos reduzir com essa lei 8,4% de evasão. Esse projeto vai atingir 2,5 milhões de jovens. Excluímos o 9° ano do fundamental porque o cobertor é curto e não atingiria a meta — afirmou o relator.

Atualmente, a evasão escolar no ensino médio atinge meio milhão de jovens por ano. De acordo com o Censo Escolar de 2022, a taxa de evasão no 1º ano do Ensino Médio é de 8,8%, sendo 8,3% no 2º ano e de 4,6% no 3°. O objetivo do programa é reduzir essa evasão em pelo menos um terço.