Sabatina

Oposição retoma polêmicas do 8/1 durante sabatina de Dino no Senado; veja respostas

Ministro da Justiça negou falhas durante atos golpistas e afirmou não tratar ex-presidente como "inimigo pessoal"

Indicação de Flávio Dino ao STF será votada no Senado - Agência Senado

Senadores de oposição usaram fatos relacionados aos atos golpistas do dia 8 de janeiro em perguntas para o ministro da Justiça, Flávio Dino, durante sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que avalia sua indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF). Dino foi questionado, por exemplo, sobre as câmeras de segurança do ministério no dia dos atos, os alertas enviados anteriormente pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e sobre se teria imparcialidade para julgar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A falta de imagens do Ministério da Justiça no dia dos atos golpistas tem sido alvo de críticas da oposição desde que os registrados foram solicitados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do 8 janeiro. Na sabatina, Dino foi questionado sobre o fato pelo líder da oposição, senador Rogério Marinho (PL-RN), mas repetiu o que havia dito à CPI: que as gravações do circuito interno foram apagadas depois de um mês.

— O contrato dispunha sobre conservação em 30 dias. Sete meses depois é claro que não já havia essas imagens internas inúteis de corredores ou de câmeras, que obviamente, não foram nem acionadas — alegou.

Inicialmente, Dino evitou responder uma indagação do senador sobre como se posicionar em um processo de Bolsonaro no STF. Marinho lembrou que o ministro já se referiu ao ex-presidente como "serial killer". Mais tarde, contudo, garantiu que não tem "inimigos pessoais" e que julgará antigos adversários políticos com base na lei.

— Não cultivo inimigos pessoais. Falam, "ah, o Bolsonaro etcetera". Eu almocei com o presidente Bolsonaro no Palácio do Planalto. Ele me convidou e eu almocei com ele — afirmou. — Se amanhã, qualquer adversário político que eu tenha tido em algum momento, chegar lá por alguma razão, que eu espero que não chegue, evidentemente terá o tratamento que a lei prevê.

Já o senador Esperidião Amin (PP-SC) quis saber se o ministro recebeu alertas sobre as manifestações enviados pela Abin para diversos órgãos. Dino, contudo, afirmou que o representante do Ministério da Justiça que recebeu as mensagens havia sido nomeado no governo anterior.

— Eu não recebi mensagem da Abin, eu já demonstrei isso reiteradamente. Naquela ocasião, estavam pessoas da equipe anterior, porque, em três, quatro dias de governo, só estavam nomeados no ministério eu, o secretário-executivo e mais a chefe de gabinete, três pessoas. Todos os outros estavam na tramitação burocrática e, portanto, não eram pessoas por mim indicadas. E eu não recebi tais mensagens.