Coluna Movimento Econômico

Economia regenerativa, o legado da COP28 para Pernambuco

Para o Nordeste, a COP28 deixa como legado principal a valorização da Caatinga.

Caatinga ganhou visibilidade na COP28 - Imagem de claudiocostarq por

A Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP28) chegou ao fim com um acordo para o avanço global da transição energética. Ainda que não tenha agradado a todos, como é o caso da Aliança dos Pequenos Estados Insulares, a COP28 foi a primeira conferência da ONU que tratou objetivamente o tema voltado ao fim dos combustíveis fósseis. 

Para o Governo de Pernambuco, a COP28 marcou um novo posicionamento, no qual a política econômica terá que passar pela sustentabilidade, redução das desigualdades e valorização do patrimônio ambiental. Isso significa que o governo não só passa a considerar esses pilares em suas ações, mas exigirá que novos investimentos vindos da iniciativa privada também os considerem.

O saldo foi positivo para o estado. Durante a conferência, Pernambuco foi selecionado pelo UK Pact, uma iniciativa do governo do Reino Unido (UK), para receber R$ 2 milhões para estruturar projetos que depois possam ser financiados por fundos daquela nação. 

Para o Nordeste, a COP28 deixa como legado principal a valorização da Caatinga. Deve-se ao Consórcio Nordeste a iniciativa de trazer luz durante a conferência a este que é um dos seis biomas brasileiros. A ação contou com o apoio das comitivas estaduais. A Caatinga abrange cerca de 10% do território nacional, englobando todos os estados nordestinos e parte norte de Minas Gerais.

Tradicionalmente, o Brasil tem se voltado com mais intensidade para a Amazônia, devido às pressões internacionais. Colocar a Caatinga no palco é algo muito relevante para sua gente, fauna e flora. Lembrando que o Brasil tem ainda que cuidar dos biomas do Pantanal, Cerrado, Pampas Gaúcho e Mata Atlântica.

Em Dubai, o Consórcio Nordeste lançou o Fundo Caatinga. Os recursos a serem captados serão voltados para combater a desertificação, mitigar os efeitos da seca e ampliar a oferta de água potável.

Para a secretária de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, Ana Luiza Ferreira, a Caatinga é um bioma riquíssimo em diversos aspectos e até hoje não atraiu recursos compatíveis com essa riqueza. Por isso, o estado resolveu ir além e contratou a Ceplan Consultoria, na qual são sócios Tânia Bacelar, Jorge Jatobá e Paulo Guimarães, entre outros economistas, para desenvolver um modelo de economia regenerativa para esse bioma. A ideia, segundo a secretária, é mapear o potencial existente, ajudando criar projetos sustentáveis.

Cidade do Futuro
Os chineses continuam avançado com investimentos estruturadores globais. A bola da vez é a Paraíba. Na cidade de Mataraca, o grupo chinês Brasil CRT comunicou investimentos de R$ 9 trilhões para construir um Complexo Industrial, Tecnológico e Portuário e a nova cidade de Mataraca, que vem sendo chamada de “Cidade do Futuro”. Com isso, o estado vizinho tende a ser alçado ao topo do ranking econômico regional.

Chancay
Do outro lado do continente, em Chancay, no Peru, os chineses também investem alto. São US$ 3,6 bilhões para construir o que vem sendo apontado como um dos maiores portos de águas profundas da América Latina. A estatal chinesa Coco Shipping detém 60% do empreendimento. O restante está com a empresa de mineração peruana Volcan. 

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