Justiça russa mantém jornalista americano Gershkovich preso
A Rússia nunca fundamentou suas acusações, nem apresentou provas publicamente
Um tribunal russo rejeitou nesta quinta-feira (14) o recurso do jornalista americano Evan Gershkovich para evitar a prorrogação da prisão preventiva decretada após sua detenção em março de 2023 por acusações de espionagem que o repórter nega.
"O Tribunal municipal de Moscou confirmou a decisão do Tribunal Distrital de Lefortovo de Moscou de 28 de novembro, e Evan Gershkovich permanecerá detido até 30 de janeiro de 2024", informou o tribunal no Telegram.
O jornalista americano, de 32 anos, trabalha para The Wall Street Journal e foi detido pelos serviços de segurança russos durante uma reportagem em Ecaterimburgo, nos Urais, em 29 de março.
Desde então, está detido na prisão de Lefortovo, em Moscou.
Gershkovich, que já trabalhou para a AFP em Moscou, é acusado de espionagem, crime que pode levar a até 20 anos de prisão. O repórter nega as acusações, que também foram negadas pelos Estados Unidos, pelo Wall Street Journal e por seus familiares.
A Rússia nunca fundamentou suas acusações, nem apresentou provas publicamente. Além disso, todo o procedimento foi mantido em segredo, sendo a data do julgamento ainda desconhecida.
Nos últimos anos, vários cidadãos americanos foram detidos e condenados a longas penas na Rússia. Washington acusa Moscou de querer trocá-los por russos detidos nos Estados Unidos.