POLÍTICA

Tarifa zero de ônibus em SP a partir é tentativa de Nunes se fortalecer para a reeleição

Medida terá um custo anual de R$ 283 milhões e promete ser bandeira na campanha à reeleição do prefeito

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) andou de ônibus no primeiro domingo de gratuidade - Prefeitura de São Paulo/Divulgação

A tarifa zero na capital paulista aos domingos começou a valer neste domingo (17), à meia-noite, em todas as 1.175 linhas de ônibus da cidade. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) estreou o novo programa, que promete ser uma das marcas de sua campanha à reeleição, embarcando em um ônibus no terminal Santo Amaro, na zona Sul paulistana, no início da madrugada.

"É a possibilidade de pessoas conhecerem e curtirem a cidade. A gente tem, aos domingos, 4.830 ônibus que circulam em São Paulo. Hoje são utilizados 40%, ou seja, 60% ficam ociosos. Estamos dando a gratuidade porque vai aumentar o número de pessoas utilizando o transporte coletivo de algo que a gente já pagada e estava ocioso", justificou Nunes, durante coletiva de imprensa no terminal.

Às 18h, o prefeito ainda vai embarcar em um ônibus próximo ao Aeroporto de Congonhas para se deslocar até Vila de Natal Água Espraiada, na Zona Sul.

Apelidada de "Domingão Tarifa Zero", a medida vale da meia-noite às 23h59 e promete beneficiar cerca de 2,2 milhões de passageiros que utilizam os ônibus municipais. O transporte sobre trilhos e o sistema intermunicipal não estão contemplados. Para ter acesso à gratuidade, os passageiros precisarão encostar o Bilhete Único no validador, mas a tarifa não será cobrada. Quem não possuir o cartão terá a catraca liberada pelo motorista ou cobrador.

A isenção no transporte municipal aos domingos foi anunciada na semana em que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) decidiu aumentar a tarifa dos metrôs e trens para R$ 5, numa decisão que pegou de surpresa o prefeito Ricardo Nunes. O emedebista divergiu do aliado e manteve o valor do ônibus no patamar atual, de R$ 4,40. O entorno Nunes avaliou que aumentar o preço do transporte em pleno ano eleitoral teria um custo político elevado.

A iniciativa da prefeitura terá um custo anual de R$ 283 milhões. Tarcísio foi um dos que se posicionaram contra, dizendo que ela "não se sustenta". Ele ainda questionou o quanto seria preciso subtrair de outras políticas públicas para viabilizar a gratuidade.