Governo e aéreas anunciam "cotas" de passagens com limite de preço; confira medidas
Para preservar a política do setor, as companhias anunciaram medidas individualmente
O governo lançou nesta segunda-feira (18) a primeira etapa do Plano de Universalização do Transporte Aéreo com o objetivo de reduzir o preço das passagens aéreas. A estratégia costurada entre o governo e as companhias prevê a oferta de uma cota de passagens a preços mais acessíveis.
Além disso, haverá benefícios, como marcação de assentos e remarcação de bilhetes, além do despacho gratuito da bagagem em 2024, para quem comprar em cima da hora.
Para preservar a política do setor, as companhias anunciaram medidas individualmente.
Azul
A Azul, primeira a anunciar a sua política, informou que vai oferecer 10 milhões de passagens ao preço de até de R$ 799 em 2024. Quem comprar o bilhete em cima da hora e com preço mais alto terá preferência na remarcação do bilhete e despacho gratuito da mala.
Gol
Em seguida, a Gol prometeu 15 milhões de assentos até R$ 699 em 2024. Além disso, tarifas de assistência emergencial com desconto para o caso de falecimento, por exemplo.
Latam
Já a Latam anunciou que vai ofertar 10 mil assentos a mais todos os dias, três milhões além do que é ofertado atualmente. A empresa também fará uma campanha para orientar os passageiros como comprar passagens.
Além de promoções, a companhia prometeu bilhetes abaixo de R$ 199 a cada semana. A companhia fará ainda mudanças no programa de fidelidade: a validade dos pontos deixa de ser de dois anos. Eles não terão prazo de validade desde que o consumidor voe pela Latam.
Preços em alta
O assunto começou a ser discutido entre o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho e as empresas no início de novembro, diante do aumento das tarifas. Segunda dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
"O que nos compete como Ministério é naturalmente trabalhar para sensibilizar as companhias aéreas", disse o ministro, destacando que o mercado é livre e intevenção do governo poderia causar problemas jurídicos.
O governo se reúne com as empresas para discutir o assunto há semanas.
O preço médio das passagens aéreas no Brasil atingiu em setembro deste ano, o maior valor desde março de 2009. Esses são os últimos dados disponíveis pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Os dados mostram que, no nono mês deste ano, o ticket médio foi de R$ 747,66, o maior, o maior desde o valor de R$ 754,18 de março de 2009, segundo números corrigidos pela inflação.
Apesar do valor recorde de setembro, o preço das passagens no período de janeiro a setembro deste ano teve um recuo de 7,59% em comparação ao mesmo período de 2022. No comparativo mês a mês, só os meses de janeiro, fevereiro e setembro registram um aumento em relação ao ano passado.
As empresas sempre reclamam do preço do querosene de aviação (QAV), principal custo do setor, e apontam como um dos principais reponsáveis pela alta. Em agosto de 2019, o preço médio do litro era de R$ 2,22. Nesse ano, está em R$ 3,64.
Os dados da Anac também mostram que o número de assentos comercializados ainda não é o mesmo de antes da Covid-19. Em agosto deste ano, foram comercializados 2,2 milhões de assentos. No mesmo mês de 2019, 3,4 milhões.