DISPUTA

Briga com Ciro Gomes: de olho no PSB, Cid atrasa anúncio de destino político e continua no PDT

Após quase chegar as vias de fato com ex-ministro em encontro no Rio, senador e seus aliados passam por entrave

Racha em família: Ciro e Cid Gomes travam batalha pelo controle do PDT no Ceará - Waldemir Barreto/Agência Senado

Após travar um embate com o seu irmão, o ex-ministro Ciro Gomes, o senador Cid Gomes havia se comprometido a anunciar seu destino político e de seus aliados nesta segunda-feira (18). Após reunião, contudo, a ala composta por 43 prefeitos, 10 deputados estaduais e quatro federais atrasou a definição e permanecerá no PDT até janeiro. Isto porque os cidistas tem dois partidos possíveis: o Podemos ou o PSB

No encontro de hoje, a maior parte dos aliados do senador declarou preferir o PSB, mas há um impasse. Apesar de ser a sigla mais alinhada ideologicamente, há a possibilidade de uma federação com o PDT nas eleições municipais do ano que vem. Um segundo empecilho é a decisão do partido em apoiar a reeleição do prefeito de Fortaleza, o pedetista José Sarto. Neste contexto, Cid busca ganhar mais tempo para convencer os pessebistas a mudarem de ideia.

A debandada ocorre por divergências internas no PDT. Enquanto Ciro defendia que o partido fosse oposição ao PT e ao governo de Elmano Freitas, o senador preferia a base.

À imprensa, antes da reunião, Cid afirmou que sua mudança partidária ocorre para que ele consiga reestabelecer conexões partidárias:

— Tudo que estou fazendo é para resgatar uma aliança histórica não só com o PT, mas com o PP, com o PSB, mas vários partidos que tem sido tradicionais aliados nossos — afirmou o senador.

A situação com os ciristas ficou insustentável após um encontro no final de outubro, no Rio de Janeiro, em que os dois quase chegaram as vias de fato. Desde então, os grupos opostos se enfrentam na Justiça, onde parte da senador (deputados estaduais e federais) tenta validar suas cartas de anuência.

Inicialmente, o PT era a sigla tida como preferida pelo senador, mas dirigentes e filiados estaduais da legenda afirmaram que não há espaço para acomodar todos os aliados do parlamentar.

PT: ausência e rachadura
Neste domingo, seis aliados de Cid não esperaram a decisão em conjunto e se filiaram ao PT, o que gerou grande desconforto. Na solenidade, o senador sequer esteve presente para acompanhar a cerimônia que chancelou o destino do presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão, e outros cinco prefeitos que pertenciam ao seu grupo.

Na segunda-feira (11), Cid relatou ter ficado "frustrado" com a decisão de Evandro Leitão. Isto porque o senador ainda não decidiu qual partido quer que seus aliados migrem. Nesta segunda-feira, sua ala volta a se reunir em encontro que deve culminar neste desfecho:

— O fato do Evandro já ter se antecipado, ter definido um caminho, frustra em boa parte aquilo que estou dizendo. Espero que seja só ele, caso isolado, e que nós outros decidamos coletivamente — disse Cid à imprensa.