SEGURANÇA

EUA manifestam ''preocupação'' com ataque da polícia de Israel contra jornalista palestino

Mais de 60 jornalistas e funcionários da mídia foram mortos desde o início da guerra entre Hamas e Israel

Funeral do jornalista da Al Jazeera, morto em ataque de drones - Reprodução

Os Estados Unidos disseram nesta segunda-feira (18) que estão "profundamente preocupados" com o ataque da polícia israelense a um fotógrafo da agência de notícias turca Anadolu que, na sexta-feira, tentava fotografar palestinos rezando na Jerusalém Oriental anexada.

De acordo com a agência de notícias turca, os policiais "primeiro seguraram Alkharouf, que estava cobrindo a história, sob a mira de uma arma e depois o jogaram no chão, batendo e chutando-o". Eles também agrediram um assistente de câmera.

Mustafa Alkharouf, um palestino, teve que ser hospitalizado em decorrência dos ferimentos, mais de dois meses após o início da guerra entre Israel e o movimento islâmico palestino Hamas. A polícia israelense disse que suspendeu imediatamente os policiais envolvidos.

Questionado sobre o incidente, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, disse:

— Estamos profundamente preocupados com as imagens perturbadoras do uso da força contra um jornalista nesses vídeos.

Ele disse que é apropriado "que o vídeo seja investigado e, se os fatos o confirmarem, que os indivíduos envolvidos sejam responsabilizados".

O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), sediado em Nova York, chamou o incidente de parte de um "padrão" de ataques dos militares e colonos israelenses.

Miller contestou isso:
— Não vimos nenhuma evidência de que Israel esteja atacando jornalistas — disse ele aos repórteres.

Mais de 60 jornalistas e funcionários da mídia foram mortos desde o início da guerra entre o Hamas e Israel, desencadeada pelo sangrento ataque do grupo palestino ao território israelense em 7 de outubro, de acordo com o CPJ.

Na sexta-feira, um jornalista da al-Jazeera foi morto e outro ficou ferido em um ataque israelense na Faixa de Gaza, informou o canal do Catar.

Em 13 de outubro, um bombardeio no sul do Líbano matou um jornalista da Reuters e feriu outros seis, inclusive dois da AFP. Uma investigação da AFP atribuiu o atentado a um projétil de tanque israelense.