TECNOLOGIA

Blue Origin, de Jeff Bezos, lança nesta terça (19) o 1º voo espacial desde o acidente de 2022

Nave suborbital vai 33 experimentos científicos e 38 mil cartões postais de uma ONG voltada para educação

O foguete suborbital New Shepard, da companhia de Bezo - Divulgação

A empresa espacial norte-americana Blue Origin, fundada pelo milionário Jeff Bezos, adiou para esta terça-feira a decolagem do seu foguete New Shepard. Esta é a primeira tentativa de levar o foguete ao espaço desde o acidente que a nave sofreu, em setembro de 2022.

O lançamento aconteceria nesta segunda-feira, mas não foi possível “devido a um problema com os sistemas terrestres”, disse a Blue Origin na rede social X, afirmando que anunciaria em breve uma nova data.

Nesta mesma segunda-feira, a Blue Origin já havia indicado que adiaria a decolagem por uma hora devido às baixas temperaturas na plataforma de lançamento, no oeste do Texas.

A missão, chamada NS-24, não transportará tripulação. Se limitará a experiências científicas, mais de metade das quais foram desenvolvidas com o apoio da NASA. A empresa, porém, utiliza esse foguete para voos de turismo espacial e já transportou 31 pessoas em viagens de poucos minutos, incluindo o próprio Bezos.

O acidente ocorrido em setembro de 2022 provocou a queda do módulo de propulsão do foguete, que naquele momento também não transportava passageiros.

O regulador da aviação dos EUA (FAA) abriu uma investigação, que concluiu em setembro que o acidente foi causado por “uma temperatura superior à esperada num bocal do motor”.

Segundo anúncio feito pela empresa, o voo vai levar 33 experimentos científicos e 38 mil cartões postais de uma ONG voltada para educação.
 

Veja imagens da última falha do foguete:

Em março, a empresa afirmou que concluiu sua investigação sobre o acidente e que o motor BE-3PM havia sofrido uma falha estrutural em sua tubeira, parte mais externa do motor por onde os gases são expelidos. Danos térmicos causados por temperaturas operacionais superiores às projetadas foram a principal causa.

Mas, como as investigações passam pela Administração Federal de Aviação (FAA, em inglês), a Anac norte-americana, seis meses se passaram entre o último voo e a liberação para decolar novamente. O órgão regulador indicou pelo menos 21 ações corretivas a serem tomadas para que a empresa pudesse voar de novo.

As investigações foram concluídas em 26 de setembro, mas em junho, o então presidente-executivo da Blue Origin, Bob Smith, já dizia que a empresa estava pronta para retomar os voos “nas próximas semanas”. Este será o décimo voo planejado do New Shepard, veículo totalmente reutilizável, cujo propulsor foi projetado para pousar na vertical após um lançamento bem-sucedido no espaço.

O foguete
O veículo suborbital New Shepard é composto por um foguete-cápsula reutilizável, projetado para levar pessoas e experimentos científicos para o espaço. Aqueles que estiverem a bordo poderão ver a Terra em contraste com a escuridão do espaço, em um período que deve durar entre 10 e 12 minutos, desde a decolagem até o pouso.

Durante o período em que permanecem em órbita, os “passageiros” podem deixar os seus lugares e flutuar durante alguns instantes, para aproveitar a “gravidade zero”. Neste momento, eles estarão a mais de 100 quilômetros de altitude.

A última missão antes da pausa contou com um brasileiro: Victor Correa Hespanha, que foi um dos seis escolhidos para participar da próxima missão espacial NS-21, em junho de 2022. Nascido em Minas, o engenheiro foi escolhido após adquirir um NFT (token não fungível) pela Crypto Space Agency (CSA) e será apenas o segundo brasileiro a ir até a Estação Espacial Internacional (ISS) — o primeiro foi o ex-ministro Marcos Pontes, em 2006.