SAÚDE

Céline Dion já "não tem controle sobre os músculos" devido à doença rara, diz irmã da cantora

Claudette Dion afirma que futuro profissional da cantora é incerto, graças aos sintomas da Síndrome da Pessoa Rígida

Céline Dion vem cancelando shows por conta de doença rara - Lucas Barioulet / AFP

A cantora Céline Dion já “não tem controle sobre os músculos”, disse sua irmã Claudette Dion, que tem sido responsável por fornecer atualizações sobre o estado de saúde da artista. Aos 55 anos, a compositora luta contra uma doença rara e autoimune, conhecida como Síndrome da Pessoa Rígida.

Em declarações ao site canadense 7 Jours, Claudette disse que Céline está dedicada e "trabalha muito" para combater os sintomas e consequências do quadro, mas o futuro de sua carreira segue incerto. "Nos nossos sonhos e nos dela, a ideia é voltar aos palcos. Em que estado? Não sei", contou a irmã da artista, que acompanha desde o início o desenvolvimento da síndrome.

Claudette ainda revelou que Céline tem recebido muito carinho e apoio desde o surgimento dos primeiros sintomas. Segundo a irmã, muitas pessoas entraram em contato para oferecer apoio: “As pessoas nos dizem que a amam e oram por ela. Ela recebe tantas mensagens, presentes, crucifixos abençoados”, contou.

Um dos principais sintomas da doença são espasmos musculares incontroláveis, com os quais a cantora já sofre há quase dois anos. Em janeiro de 2022, Céline cancelou as datas de sua turnê após sofrer espasmos “graves e persistentes”. Em dezembro do mesmo ano, ela anunciou o diagnóstico:

“Há muito tempo que venho lidando com problemas de saúde e tem sido muito difícil para mim enfrentar esses desafios… Infelizmente, esses espasmos afetam todos os aspectos da minha vida diária, às vezes causando dificuldades quando ando e não me permite usar as cordas vocais para cantar como estou acostumada”, desabafou a cantora, em um vídeo nas redes sociais.

Em maio deste ano, com a persistência do quadro, a artista cancelou todas as datas da turnê, dizendo: “Estou trabalhando muito para recuperar minhas forças, mas fazer turnê pode ser muito difícil mesmo quando você está 100%… Quero que todos vocês saibam que não vou desistir". Em agosto, Claudette revelou que, até o momento, não foram encontrados remédios que provocaram uma melhora no quadro da irmã.

A doença
Diagnosticada pela primeira vez em 1956, a Síndrome da Pessoa Rígida (SPR) é uma condição rara e incurável, mas que pode ser tratada, caracterizada por afetar a coluna vertebral e o cérebro, causando um estímulo excessivo nos músculos, provocando tensão e rigidez muscular, além de espasmos dolorosos.

Extremamente rara, estima-se que a doença afete cerca de uma a duas pessoas por milhão. A condição é caracterizada por espasmos que atingem vários músculos, especialmente na região dos membros inferiores e tronco. Costuma surgir entre os 40 e 60 anos de idade apresentando-se, inicialmente, como espasmos intermitentes que evoluem e se tornam contínuos.

Além da rigidez e dos espasmos dolorosos, que são os principais sintomas da doença, o paciente, pode apresentar fortes dores nas articulações, principalmente nas costas e coluna. A rigidez acentuada também pode causar ruptura das fibras musculares, luxações e fraturas ósseas. Também é comum haver deformidades nos braços e nas pernas devido à presença destes espasmos, se a doença não for tratada.

Normalmente, o paciente diagnosticado com essa síndrome, possui outras doenças autoimunes, como diabetes tipo 1, tireoide ou vitiligo.

A condição precisa ser tratada com o uso de medicamentos prescritos por especialistas. Em alguns casos, o paciente precisa ser internado na UTI para garantir o bom funcionamento de outros órgãos, como o coração, pulmão e rins durante o tratamento. Todo o processo pode variar de semanas a meses.