Sérvia repetirá votação em 30 colégios eleitorais após protestos
As eleições deram a vitória ao partido do presidente Aleksandar Vucic com 46,7% dos votos
A Sérvia anunciou, nesta quarta-feira (20), que repetirá a votação em 30 colégios eleitorais após as manifestações e a rejeição dos resultados pela oposição por suposta fraude.
"A comissão eleitoral sérvia decidiu repetir as eleições legislativas na Sérvia em 30 colégios e celebrá-las em 30 de dezembro", indicou um comunicado publicado pela emissora estatal RTS.
As votações serão essencialmente repetidas em zonas rurais do país, um dos mais pobres do continente europeu.
O anúncio ocorre após dois dias de manifestações que reuniram milhares de pessoas em frente à comissão eleitoral localizada em Belgrado, a capital, em rechaço aos resultados.
As eleições deram a vitória ao partido do presidente Aleksandar Vucic (SNS, direita nacionalista) com 46,7% dos votos.
Desde domingo, a oposição, unida sob o lema "Sérvia contra a violência" e que obteve 23,5% dos votos, denuncia que uma série de fraudes foi cometida.
Algumas acusações foram confirmadas pelo relatório preliminar de uma missão de observadores internacionais, que denunciou a existência de "compra de votos" e "enchimento de urnas" em alguns colégios eleitorais.
A missão era formada por membros da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), o Parlamento Europeu e o Conselho da Europa (o organismo internacional).
Segundo a coalização oposicionista, "mais de 40.000 pessoas" votaram nas eleições locais da capital, Belgrado, sem serem moradores desta cidade. Os opositores denunciam que eles foram enviados a partir da República Srpska, a entidade sérvia na vizinha Bósnia.
Os sérvios da Bósnia podem votar nas eleições nacionais, mas não nas locais.
Segundo os primeiros resultados, o SNS teria vencido as eleições em Belgrado com 39% dos votos.
A oposição pede a anulação dos resultados na capital, mas a comissão eleitoral não se pronunciou sobre esse caso em particular e disse que tal decisão cabia à comissão local.
A coalizão de oposição foi criada após as manifestações multitudinárias que sacudiram o país em maio em virtude da morte de 19 pessoas em dois ataques a tiros, um deles em uma escola de ensino fundamental.