Imprensa e opositores de Ortega denunciam prisão de bispo na Nicarágua
Os veículos de comunicação indicaram que Mora foi detido depois que se manifestou na última terça-feira, durante uma missa em Matagalpa
Veículos de comunicação da Nicarágua e ativistas opositores exilados denunciaram nesta quinta-feira (21) a prisão de um bispo que disse que a Conferência Episcopal rezava pelo monsenhor Rolando Álvarez, um crítico do governo de Daniel Ortega condenado a 26 anos de prisão.
Embora a polícia da Nicarágua não tenha considerado a denúncia, opositores exilados na Costa Rica e nos Estados Unidos reportaram a prisão do bispo Isidoro Mora, responsável pela diocese de Siuna, localidade situada a cerca de 300 km de Manágua.
A defensora Martha Molina, pesquisadora de assuntos da Igreja Nicaraguense exilada nos Estados Unidos, disse à AFP que a polícia prendeu o bispo ontem, juntamente com dois seminaristas, no município de La Cruz de Río Grande.
Os veículos de comunicação que trabalham a partir da Costa Rica indicaram que Mora foi detido depois que se manifestou na última terça-feira, durante uma missa em Matagalpa, de cuja diocese Álvarez é bispo, que os membros da Conferência Episcopal "estão sempre unidos rezando pelo monsenhor Rolando".
Álvarez, 57, foi preso em agosto de 2022 e condenado em 10 de fevereiro a 26 anos de prisão, sob acusações de traição à pátria, divulgação de notícias falsas e desacato, um dia após se recusa a ir para os Estados Unidos juntamente com 222 opositores presos expulsos do país.
A Nicarágua suportou leis sobre as ONGs e fechou quase 3.500, incluindo órgãos e ordens religiosas, após os protestos de 2018, que deixaram mais de 300 mortos em três meses, segundo a ONU.
Uma investigação de Martha Molina detalhou que houve 740 ataques contra a Igreja desde 2018 e que 176 sacerdotes e religiosos foram expulsos, banidos ou proibidos de entrar no país.