Venezuela diz que liberação da Saab foi negociada de "igual para igual" com EUA
Jorge Rodríguez, presidente do Parlamento venezuelano e chefe da delegação de Maduro nesse processo, explicou que a troca de Saab por dez americanos
A Venezuela disse nesta quinta-feira (21) que a libertação de Alex Saab, apontada como “laranja” do presidente Nicolás Maduro, foi produto de uma negociação de “igual para igual” com os Estados Unidos que se mantém em “pleno desenvolvimento” .
Jorge Rodríguez, presidente do Parlamento venezuelano e chefe da delegação de Maduro nesse processo, explicou que a troca de Saab por dez americanos e 18 venezuelanos presos na Venezuela foi acordada após uma negociação silenciosa no Catar, com mediação do emirado.
“No mês de maio foram iniciadas conversas diretas de igual para igual entre o governo dos Estados Unidos da América e o governo da República Bolivariana da Venezuela, com uma quantidade de pontos que já se refletiram em resultados concretos”, assinalou Rodríguez.
Foram “conversas mantidas de igual para igual, o que foi nossa exigência principal”, acrescentou o parlamentar, que indicou que as negociações entre os dois países ainda estão “em pleno desenvolvimento”.
Rodríguez também preside uma delegação do chavismo em outro processo paralelo com a oposição, com mediação da Noruega e no qual os Estados Unidos também são um ator-chave.
Saab, colombiano de 52 anos que também tem nacionalidade venezuelana, foi libertado ontem nos Estados Unidos, onde enfrentou um processo de lavagem de dinheiro relacionado com uma rede de corrupção em um programa governamental de alimentos.
Rodríguez assinou que Saab será incorporado como membro da mesa de negociação mediada pela Noruega, uma posição que houve recebida quando foi extraditado para os Estados Unidos em outubro de 2021, após ser detido em Cabo Verde em junho de 2020.
Sua esposa, Camilla Fabri, que o representou na delegação, também será membro pleno.
Além da liberação de Saab, o governo Maduro exige a suspensão de todas as avaliações econômicas impostas pelos Estados Unidos, que, por sua vez, já flexibilizaram um embargo ao petróleo do país sul-americano. A oposição e os Estados Unidos pedem, em contrapartida, um cronograma eleitoral claro e condições para eleições "livres e justas" na Venezuela.
A definição das próximas reuniões em ambos os processos também está "em pleno desenvolvimento", insistiu Rodríguez.