Lula reúne ministros e Campos Neto em churrasco de confraternização
Sentado ao lado de Haddad, presidente do Banco Central se mostrou animado durante a festa, que teve canja de ministra da Cultura
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu os ministros do governo para um churrasco de confraternização de fim de ano, na Granja do Torto, na noite desta quinta-feira. Convidado, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também compareceu.
De acordo com participantes da festa, Campos Neto se mostrou animado e conversou com Lula. O presidente se sentou ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante o churrasco. Ele ficou cerca de três horas na Granja do Torto.
Lula foi o primeiro a chegar, às 19h26. O presidente estava acompanhado da primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja. O presidente deixou a confraternização depois de quatro horas, às 23h30. O vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, também marcou presença. O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, foi outro que participou da festa, assim como o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). Já o ministro da Casa Civil, Rui Costa, não esteve na confraternização porque viajou para Salvador para acompanhar o filho recém-nascido.
A festa foi embalada por um trio feminino de forró pé-de-serra. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, deu uma canja e se juntou ao trio para cantar uma música. Os ministros começaram a deixar a Granja do Torto por volta das 22h30. Campos Neto saiu às 23h.
A Granja do Torto é uma espécie de casa de campo da Presidência, mas vem sendo pouco usada no atual mandato de Lula.
A presença de Campos Neto chamou a atenção por causa das tensões na relação dele com Lula ao longo do ano. O chefe da autoridade monetária foi chamado diversas vezes pelo presidente de “esse cidadão” e “esse rapaz” em meio a críticas à relutância do BC de baixar a taxa básica de juros, que só começou a cair em meados deste ano após 12 meses estacionada em 13,75% ao ano para deter a inflação pós-pandemia.
Em agosto, Lula chegou a dizer que não sabe a quem Campos Neto "está servindo" e acrescentou que o titular do BC "não entende" de Brasil e nem "de povo". A relação, porém, foi melhorando junto com o início do cliclo atual de queda dos juros e a mediação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com quem Campos Neto vem construindo uma relação mais próxima e de confiança. Em setembro, Haddad levou Campos Neto a uma reunião com Lula.
Um outro fator que tem ajudado na relação é o trabalho que o BC tem feito na organização de reuniões do G20, grupo das 20 maiores economias do mundo que atualmente é presidido pelo Brasil e que realizará uma reunião de cúpula de chefes de Estado no Rio, em 2024. O Banco Central tem liderado grupos como o de inserção financeira.