CRIME

Dona da Pornhub admite ter lucrado com tráfico sexual

Empresa controladora firmou acordo com o governo norte-americano por hospedar vídeos sexuais sem o consentimento das mulheres filmadas

Empresa terá que pagar multa milionária - Lionel Bnaventure/AFP

A empresa dona do site adulto Pornhub admitiu lucrar com vídeos de mulheres que foram coagidas a praticar atos sexuais por uma produtora em um acordo firmado com promotores federeais dos Estados Unidos nesta sexta-feira. A corporação proprietária, Aylo, vai pagar uma multa de US$ 1,8 milhão (cerca de R$ 8,7 milhões) e compensar as vítimas de tráfico sexual.

Os promotores afirmam que a Aylo ignorou, durante anos, as condições dos vídeos compartilhados na plataforma Pornhub. A produtora de entretenimento adulto contratada pelo Pornhub, chamada Girls do Porn, ou GDP, foi acusada de crimes de tráfico sexual, por enganar e coagir mulheres a aparecerem em vídeos de sexo publicados online sem o consentimento delas em 2019.

Entre 2017 e 2019, a Aylo confessou que recebeu dinheiro da produtora apesar de saber destas circunstâncias. A empresa passou a receber pedidos de remoção de mulheres que apareciam nos vídeos, afirmando que haviam sido enganadas. A Ayalo nunca verificou as acusações e continuou hospedando vídeos da produtora.

O investigador do FBI James Smith afirmou que a Aylo enriqueceu conscientemente ao ignorar as preocupações das vítimas. Com o acordo, elas serão indenizadas pela empresa.

Não se engane, qualquer entidade que se envolva em exploração sexual será responsabilizada pela angústia mental e pelo terror impostos às vítimas. Espero que o processo de hoje traga um sentimento de justiça às vítimas deste caso

O acordo também garante que os sites hospedados pela Aylo, como o Pornhub, sejam monitorados durante três anos, para garantir que os termos de consentimento sejam cumpridos.

Mesmo depois da remoção dos vídeos irregulares, o conteúdo passou a ser republicado por outros usuários e permaneceu disponível.

O novo diretor de compliance da Aylo, Solomon Friedman, disse à CNN que a empresa não reconhece responsabilidade criminal, mas que vai garantir que a situação não se repita. A Aylo controla diversos outros sites de conteúdos adultos.