CRIME

Mulher cis agredida em restaurante ao ser confundida com trans diz que caso foi transfobia

Em entrevista à TV Globo, vítima disse que o estabelecimento facilitou a fuga do agressor

Mulher agredida não quis ter a sua identidade revelada - Reprodução/TV Globo

A mulher de 34 anos agredida no restaurante Guaiamum Gigante, no bairro de Parnamirim, na Zona Norte do Recife, no último sábado (23), falou à TV Globo sobre o ocorrido. Na entrevista, que foi ao ar nesta segunda-feira (25), ela diz ter certeza que a agressão foi motivada por transfobia

"Apesar de eu ser uma mulher cis [biologicamente do sexo feminino], na cabeça dele eu não era. Na cabeça dele, eu era a pessoa trans, aquela mulher trans que 'merece apanhar, que merece morrer, que merece ser agredida' num espaço público onde está confraternizando", afirma.

Segundo o relato da vítima, que prefere não ter seu nome divulgado, um homem desconhecido a abordou na saída do banheiro. Ele teria perguntado se ela era homem ou mulher e, após ser questionado sobre o motivo da pergunta, teria agredido a mulher. 
 

De acordo com a vítima, outros clientes teriam tentado manter o agressor no local até a chegada da polícia, mas os funcionários do estabelecimento teriam facilitado a fuga do homem. Ela disse ainda que um dos garçons teria ironizado a situação e a chamado de "menininho". 

À reportagem da TV Globo, o Guaiamum Gigante afirmou que a decisão de retirar o agressor do restaurante foi motivada pela demora para a polícia chegar, a lotação do espaço e o risco do agressor estar armado. Um segurança teria notado um volume semelhante ao de um revólver na cintura do homem. 

"É inadmissível que um estabelecimento comercial permita que uma agressão dessa aconteça e não preste assistência à vítima no sentido do acolhimento, porque quando você escolta o agressor para fora, a vítima não se sente acolhida, a vítima se sente abandonada", relatou a vítima.

A mulher prestou queixa na mesma noite em que a agressão ocorreu. No boletim de ocorrência, o caso foi registrado como lesão corporal, mas a vítima defende que o crime deveria ser tratado como transfobia. A Polícia Civil ainda não identificou o acusado.