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Irã ameaça retaliar Israel pela morte de seu comandante na Síria

Razi Mussavi, um alto comando da Força Qods, foi alvo de três mísseis no bairro de Sayeda Zeinab, ao sul de Damasco

Pessoas carregam o caixão de Razi Moussavi, que foi morto em ataque israelense na Síria - Qassem Al-Kaabi/AFP

Os Guardiães da Revolução, o Exército ideológico do Irã, advertiram nesta quarta-feira (27) que Teerã responderá ao assassinato de um de seus comandantes por parte de Israel com "ações diretas" e com outras lançadas por grupos pró-Irã no Oriente Médio.

Na segunda-feira (25), o governo iraniano acusou Israel de assassinar na Síria o general de brigada Razi Mussavi, um alto comando da Força Qods, o braço de operações no exterior e unidade de elite dos Guardiães.

"Nossa resposta ao assassinato de Mussavi será uma combinação de ações diretas e outras lançadas pela frente de resistência", declarou o porta-voz da Guarda Revolucionária, Ramazan Sharif, nesta quarta-feira, citado pela agência de notícias local Mehr.

"Frente de resistência" é o termo usado no Irã para englobar o governo da Síria, o Hezbollah libanês, o Hamas palestino, grupos iraquianos e os rebeldes huthis iemenitas, próximos do Irã e opostos a Israel.

No Iraque, centenas de pessoas participaram, hoje, das cerimônias fúnebres de Mussavi nas cidades sagradas xiitas de Najaf e Kerbala.

De acordo com a imprensa estatal iraniana, ele foi alvo, na segunda-feira, de "três mísseis" no bairro de Sayeda Zeinab, ao sul de Damasco.

Questionado sobre o ataque, Israel afirmou que "não comenta as informações dos meios de comunicação estrangeiros".

Em Najaf, os participantes da cerimônia gritaram "A América do Norte é o grande Satã" e "A América do Norte é o inimigo de Deus", informou um correspondente da AFP.

O embaixador iraniano no Iraque, Mohammed al Sadiq, declarou que a morte de Mussavi é "mais um crime que se acrescenta ao histórico de crimes do inimigo sionista", envolvido na guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza.

A guerra mais sangrenta que já vivida em Gaza eclodiu quando combatentes do Hamas atacaram Israel em 7 de outubro, matando 1.140 pessoas, a maioria civis, segundo um cálculo da AFP baseado em números israelenses. No ataque, o Hamas fez cerca de 250 reféns. Deste total, 129 permanecem em Gaza, conforme as mesmas fontes.

Israel respondeu com um implacável bombardeio e invasão terrestre, uma campanha que deixou pelo menos 21.110 mortos, a maioria mulheres e crianças, e 55.243 feridos, segundo o Ministério da Saúde em Gaza, um território governado pelo Hamas.