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Depois de calorão de dois dias, passageiros e funcionários voltam a ter ar-condicionado em Congonhas

Segundo terminal aéreo mais movimentado do Brasil tem poucas filas e ar mais gélido na manhã desta quinta-feira (28)

Aeroporto de Congonhas - Valter Campanato / Agência Brasil

Depois de dois dias caóticos em que passageiros e funcionários enfrentaram calor excessivo, causado por falhas no ar-condicionado, e superlotação, as operações no aeroporto de Congonhas, o segundo terminal aéreo mais movimentado do Brasil, voltaram à normalidade, na manhã desta quinta-feira (28).

No início do dia, a área do check-in do aeroporto paulista tinha poucas filas. Alguns passageiros vestiam até blusa de frio, por conta do ar mais gélido dentro do terminal. Cenário bem diferente do registrado nos últimos dois dias, quando o calorão provocado pelo desligamento do sistema de ar-condicionado causou mal-estar em viajantes e trabalhadores das companhias aéreas. Alguns precisaram ser afastados de suas funções, o que defasou equipes e atrapalhou o fluxo de atendimento, segundo relatos de funcionários ao GLOBO.

A Aena, concessionária responsável pela administração de Congonhas desde meados de outubro, disse que a refrigeração foi reparada na tarde de ontem e que, na manhã desta quinta-feira, a temperatura dentro do terminal era de 22º C.

Na quarta-feira, o aeroporto também enfrentou problemas com o abastecimento de água da Sabesp — a estatal de saneamento básico de São Paulo — e precisou adotar medidas emergenciais para evitar a escassez. A situação foi resolvida ainda de madrugada.

Banheiros mais cheios
O arquiteto Lucas Guedes, de 27 anos, chegou ao aeroporto de Congonhas de ônibus, por volta das 9h, e apesar da proximidade com o Ano-Novo, não enfrentou perrengue algum para embarcar no seu voo com destino a Brasília, às 10h50. Foram só três minutos para imprimir o cartão de embarque no guichê de autoatendimento.

"Passei no controle de acesso e já fui direto ao raio x, sem filas, foi bem rápido. O ar-condicionado estava funcionando bem. Só o banheiro que estava cheio" diz o arquiteto. "O fluxo está normal, nada absurdo".

A administradora de empresas Nathália Batista, de 36 anos, e o marido Guilherme Batista, de 40, também só enfrentaram filas para usar o banheiro. Os dois vão passar o réveillon em Ribeirão Preto junto com a filha, de quatro anos.

"A área de embarque estava bem cheia, mas foi tudo rápido, não tinha fila. Eram poucos lugares para sentar, então tivemos de ficar em um local que batia sol" conta Nathália, que está grávida de seis meses e sentiu a diferença de temperatura em relação ao local do check-in. "Estava quente. Sem exagero, mas quente".

Desta quinta-feira até o dia 2 de janeiro estão previstos 2.899 pousos e decolagens, com uma oferta total de 472 mil assentos, considerando a capacidade máxima das aeronaves.

Sob nova direção
Depois de 87 anos de sua fundação, o aeroporto de Congonhas passou a ser operado por um concessionário privado no dia 17 de outubro passado. A concessionária espanhola Aena enfrentará uma série de desafios para ampliar o terminal sem interromper os serviços prestados. Um novo terminal, como novas pontes de embarque, deverá estar operando apenas em 2028, conforme prevê o contrato de concessão. As obras devem começar na segunda metade de 2024.

O novo terminal será erguido onde atualmente ficam os hangares das companhias aéreas Gol, Azul e Latam. Serão 20 pontes de embarque. As 12 atuais deixarão de existir. O projeto final prevê um terminal de 80 mil metros quadrados, quase o dobro do tamanho atual.

Até agosto passado, 14 milhões de passageiros passaram por Congonhas. Antes da pandemia, em 2019, Congonhas teve um fluxo recorde de 22,2 milhões de passageiros. O aeroporto opera a segunda ponte aérea mais movimentada em termos de assentos ofertados na América Latina e é o terceiro mais conectado domesticamente no continente. Ao final da concessão, de 30 anos, o fluxo de passageiros deve chegar a 30 milhões de pessoas.