Em "Rio Connection", Bruno Gissoni valoriza produção internacional nos streamings
Primeira temporada de "Rio Connection" já está disponível na Globoplay
Bruno Gissoni é bastante cauteloso ao escolher as palavras que descrevem seu personagem na série “Rio Connection”, original Globoplay. O ator, que vive o misterioso Bruno Legere, compreendeu bem todo os detalhes que cercam o enredo da produção. Mas, com tantos segredos e enigmas na trama, Bruno prefere se manter discreto sobre alguns pontos da história. “Difícil alguém não ser suspeito nessa série. Todo mundo fez alguma coisa errada em algum momento. Meu personagem, inclusive, é bem isso. É a grande cola desses criminosos internacionais no Brasil. O organizador dos esquemas no Rio”, explica.
Ambientada no Rio de Janeiro dos anos 1970, a trama narra a história de três criminosos europeus que estabeleceram no Brasil um ponto estratégico do tráfico de heroína para os Estados Unidos. Bruno Legere é justamente o elo entre os três protagonistas. “Fazer uma série no Rio de Janeiro em inglês, para mim, um ator brasileiro, é maravilhoso. Ainda mais com o Mauro Lima, que é um diretor incrível. Foi um projeto muito especial”, valoriza o ator, que, por enquanto, não vislumbra uma carreira internacional. “Sou muito feliz sendo ator no Brasil. Claro que, se acontecer algo, a gente vê... Mas hoje sou muito feliz onde estou”, completa.
A trama de “Rio Connection” marca seu retorno à Globo após “A Dona do Pedaço”, que foi ao ar em 2019. Como está sendo essa volta?
Foi um projeto irrecusável. É uma série muito interessante, muito charmosa. A gente está falando dos anos 1970 no Rio de Janeiro, então tem muito ingrediente aí para um grande roteiro. Gravamos essa série há um bom tempo. Eu estava bem ansioso para ver o resultado final. Vou entrar em um período de muitas estreias. As coisas estão sendo lançadas aos poucos.
Como assim?
Nos últimos meses, eu vim gravando bastante coisa, mas os lançamentos só ocorreram agora. É série, né? Então tem outro tempo de produção e lançamento. Foram projetos prazerosos. Foi um trabalho atrás do outro. Depois de “Rio Connection”, gravei “Impuros” e “Americana”, que são projetos do Star+. Também estou gravando agora “Capoeiras”, que também é da plataforma Star+. Todas as séries são bem diferentes entre si. Mas muito ricas. Isso me proporciona explorar vários universos como ator.
De que forma o enredo do seu personagem está conectado aos protagonistas da série?
É um personagem muito interessante porque ele está diretamente ligado ao enredo. Amei fazer. Ele está ligado diretamente a essa trama, porque é a conexão no Rio de Janeiro com tudo que vai acontecer de ilegal, é o cara que começa a organizar esse esquema na cidade.
A série foi inteiramente gravada em língua inglesa. Como foi a experiência de atuar em outro idioma?
Sem dúvida ter morado fora por um tempo foi muito importante para esse momento. Mais do que nunca compreendi a importância de ter morado fora. Além de poder ganhar vivência em outra língua, me ajudou demais nesse momento. Vivi nos Estados Unidos por oito anos. Minha adolescência. Estava me conhecendo como ser humano em outra língua e imerso em outra cultura. Até hoje colho o fruto disso, como realizar uma série totalmente em inglês. Maravilhoso ter chegado nesse lugar e em um projeto tão lindo.
Nos últimos anos, você tem enveredado pelo caminho das séries. Foi um percurso profissional natural ou chegou a planejar esse movimento?
Simplesmente aconteceu. Fiz muita novela e sou muito grato. Emendei trabalhos na Globo. Foi onde aprendi tudo que sei sobre atuação. Infelizmente, eu não fiz faculdade de artes cênicas. Todo meu aprendizado foi dentro dos Estúdios Globo. Acabei saindo e não aconteceu mais. Na verdade, eu segui fora em outra estrutura. É um novo momento. Novela é uma delícia. A gente vive com o novo todos os dias. Mas quero viver os momentos e aproveitar ao máximo.