Greve na Argentina

Principal central sindical argentina convoca greve geral para 24 de janeiro

Milei, um ultraliberal que assumiu a Presidência em 10 de dezembro, promete dar uma gigantesca sacudida na economia argentina com a revogação

Casa Rosada, em Buenos Aires, - Luis Robayo/AFP

A Confederação Geral do Trabalho, principal central sindical da Argentina, convocou uma greve geral para o próximo 24 de janeiro, em repúdio ao decreto e ao pacote de projetos de lei do recém-empossado presidente Javier Milei, anunciou o secretário-geral da instituição, Hector Daer.

"No dia 24 vamos fazer uma greve com mobilização ao Congresso para apoiar aqueles deputados e senadores que nos colocarem que isto não pode acontecer na Argentina", disse Daer nesta quinta-feira (28), ao considerar que o decreto e os projetos de lei , que visam desregulamentar a economia argentina, concentrariam no presidente "a soma do poder público".

Milei, um ultraliberal que assumiu a Presidência em 10 de dezembro, promete dar uma gigantesca sacudida na economia argentina com a revogação ou a reforma de mais de 300 leis mediante um decreto que vai entrar em vigor nesta sexta-feira e que também inclui o regime de trabalho.

Além disso, apresentou esta semana ao Congresso um pacote de modificações de leis, que permitirá a privatização de mais de 40 empresas públicas e limitará o direito de reunião e manifestação, entre outros aspectos.

Na quarta-feira, a CGT pediu à justiça a declaração de inconstitucionalidade do decreto de Milei, com uma mobilização que reuniu milhares de pessoas na sede dos tribunais de Buenos Aires.

“Não há nenhum contato com o governo e nós não propusemos essa dinâmica”, disse Daer.

“Em menos de uma semana transformamos a Argentina e nos levamos à Argentina pastoril”, criticou o dirigente sindical em alusão às propostas de Milei, que se considera um libertário capitalista.