Mega da Virada: prêmio pode ser fatal? Relembre ganhadores que infartaram ou foram vítimas de crimes
No dia 31, Caixa irá sortear R$ 550 milhões, o maior prêmio da história da loteria brasileira
Ganhar na Mega-Sena é o sonho — e a esperança — de muitas pessoas para uma vida melhor, sobretudo na Mega da Virada. Neste ano, a Caixa irá sortear R$ 570 milhões no dia 31 de dezembro, o maior prêmio da história da loteria brasileira. Mas cuidado: com o bônus do prêmio, há também o ônus, como o perigo de possuir tamanha "bolada".
Por muito menos do valor da Mega da Virada, Jonas Lucas Alves Dias, de 55 anos, foi morto. Ele ganhou R$ 47,1 milhões com uma aposta simples de seis números em 2020. Dois anos depois, em setembro de 2022, seu corpo foi encontrado com sinais de tortura às margens da Rodovia dos Bandeirantes, no interior de São Paulo. De acordo com a polícia, o crime foi premeditado para extorquir o milionário.
A investigação apontou várias tentativas de movimentação de suas contas bancárias. Em uma delas, os suspeitos tentaram sacar R$ 3 milhões, sem sucesso. A vítima desapareceu quando saiu de sua casa em Hortolândia, também no interior paulista, para uma caminhada.
Ao chegar à conclusão do caso, os agentes de segurança identificaram nove suspeitos do crime; cinco estão presos e quatro, foragidos. Uma das linhas da investigação é de que o crime tenha sido planejado por alguém próximo à vítima.
Também há casos que, apesar de trágicos, não são violentos. Neste ano, um homem foi encontrado morto em hotel de Curitiba com um bilhete premiado da Mega-Sena, no valor de R$ 398 mil.
A Polícia Militar do Paraná esteve no local após ser acionada pelos funcionários do hotel, situado na região central da capital. Antes disso, os parentes do homem tinham telefonado para procurar notícias dele, pois naquela altura ele era aguardado em casa.
Como se tratou de uma morte natural, a Polícia Civil não abriu um inquérito para apurar o caso. A possibilidade de ser um infarto era uma das suspeitas iniciais das autoridades.
Relembre outros casos:
A "viúva da Mega-Sena"
De origem humilde e com duas pernas amputadas devido a um caso de diabetes, Renné Senna, na época com 54 anos, ganhou sozinho R$ 51,9 milhões em julho de 2005. Em janeiro de 2007, ele foi morto a tiros no Rio de Janeiro, e a polícia prendeu a viúva, Adriana Almeida, suspeita de ser mandante do assassinato, e mais cinco pessoas.
Após ela ser absolvida do crime, o Ministério Público pediu anulação da decisão e, em novo julgamento, ela foi condenada a 20 anos de prisão, em dezembro de 2018. Sempre alegando inocência, Adriana teve pedido negado de liberdade pela Justiça do Rio, em janeiro de 2020.
No ano passado, a Justiça determinou que uma filha de Renné recebesse a metade dos R$ 43 milhões do prêmio, após recolhido os impostos, sendo o primeiro movimento do dinheiro desde a morte dele. Adriana continua presa.
Milionário da Mega no Ceará
Famoso por ser o milionário da Mega-Sena no Ceará, Miguel Ferreira de Oliveira, de 50 anos, foi morto em fevereiro de 2018, na cidade de Campos Sales. Antes, em 2011, ele havia faturado R$ 39 milhões no jogo. Na época, Miguel, que é paulista, morava em São Paulo.
O milionário foi atingido por três disparos de arma de fogo enquanto participava de uma seresta em um bar. Ele morreu no local e o suspeito, Antônio Pedro dos Santos, de 30 anos, saiu caminhando.
Morte encomendada pelo pai
Fábio Leão Barros havia sido premiado com R$ 28 milhões na Mega em julho de 2006. Entretanto, o valor fez com que a vida do jovem se transformasse em uma história de terror. Francisco Serafim Barros, o pai, foi acusado de encomendar a morte de Fábio em 2010.
Após o prêmio, Fábio transferiu o montante para a conta do pai. Em 2008, ele quis que Francisco devolvesse o valor, mas o pedido foi recusado. O filho, então, entrou com ação na Justiça para ter o dinheiro de volta. Dois anos depois, Francisco foi preso em Cuiabá (MT) por ter supostamente planejado a morte do filho.
Segundo a acusação, Francisco contratou dois pistoleiros para executar o crime, que não aconteceu porque a dupla foi parada por policiais e confessou a intenção. Ele foi indiciado por formação de quadrilha, mas acabou solto no mesmo ano e nega as acusações. Após o caso, os dois entraram em acordo na Justiça.
Idoso leva golpe e perde fortuna
Em 2022, Fredolino José Pereira, de 71 anos, ganhador da Mega-Sena em Viamão (RS), em 2018, teve mais de R$ 10 milhões levados por golpistas. Duas pessoas são acusadas: o ex-sócio de Fredolino e a namorada.
Eles se tornaram réus por apropriação indébita de bens de pessoa idosa e lavagem de dinheiro. O ex-sócio também responde por estelionato, ameaça e falsificação de documentos públicos.