Futebol

Federações e clubes brasileiros pedem um "novo futebol" após escândalo na CBF

As instituições manifestam apoio a Reinaldo Carneiro Bastos, atual presidente da Federação Paulista de Futebol e candidato à presidência da CBF

Sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), localizada na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro - Lucas Figueiredo/Confederação Brasileira de Futebol

Federações de futebol e 30 clubes brasileiros divulgaram uma carta na qual exigem "mudanças" diante das complicações que geram "estagnação e atraso", após o escândalo eleitoral na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a ameaça de sanções por parte da Fifa.

Na carta, divulgada na noite de sexta-feira e assinada por clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro como Palmeiras, Fluminense e Internacional, as instituições manifestam apoio a Reinaldo Carneiro Bastos, atual presidente da Federação Paulista de Futebol e candidato à presidência da CBF.

Embora a corrida já tenha sido lançada, abundam as incertezas sobre um eventual novo processo.

No dia 7 de dezembro, um escândalo estourou na entidade, depois que um tribunal do Rio de Janeiro invalidou a eleição de Ednaldo Rodrigues, deixando a liderança nas mãos do presidente interino designado, José Perdiz, com a missão de organizar novas eleições.

De concreto, a justiça anulou um acordo entre a CBF e o Ministério Público que permitia a eleição de Ednaldo como presidente do órgão máximo do futebol brasileiro.

Agora, a expectativa é que o destino de Ednaldo Rodrigues como presidente da CBF seja definido por uma missão da Fifa e da Conmebol, que chegará ao Rio de Janeiro a partir de 8 de janeiro para examinar a situação e buscar uma solução, conforme indica carta enviada dias atrás à CBF.

Enquanto aguarda, Rodrigues afirmou em sua primeira entrevista após a destituição: "O meu tempo de disputas eleitorais acabou", disse sobre a sua posição em relação a novas eleições, em declarações publicadas na sexta-feira pela revista Veja.

Entretanto, a Fifa e a Conmebol deixaram claro que não toleram interferências estatais na gestão das suas associações-membro, razão pela qual ignoram Perdiz como autoridade legítima.

Da mesma forma, exigiram que a CBF não atuasse até a chegada de seus enviados, sob ameaça de desfiliação das equipes brasileiras de todas as suas competições.

As federações e clubes se comprometeram a "apoiar a fluidez e a transparência" de um novo processo eleitoral, para que o futebol brasileiro possa sair desta "lamentável situação".

Em meio ao escândalo, a CBF sofreu com outro baque: o técnico italiano Carlo Ancelotti, confirmado como próximo treinador da seleção brasileira por Ednaldo, anunciou na sexta-feira a renovação de seu contrato com o Real Madrid até 2026.

O Real é "uma família para mim. O ambiente que este clube gera no seu entorno é muito familiar", disse o italiano de 64 anos em entrevista ao canal oficial do clube espanhol transmitida neste sábado.

Enquanto isso, a seleção brasileira passa por um momento difícil comandada por Fernando Diniz, também técnico do Fluminense, e com compromissos em pauta como as Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026 na América do Norte e a Copa América de 2024 entre junho e julho nos Estados Unidos.