Seis mortes são confirmadas após terremoto no centro do Japão nesta segunda-feira (1º)
Terremotos provocaram danos e tsunamis de mais de um metro de altura em algumas regiões
Seis mortes são confirmadas após terremoto no Japão. Violentos terremotos sacudiram nesta segunda-feira (1°) o centro do Japão, provocando danos e tsunamis de mais de um metro de altura em algumas regiões, levando a população a fugir para terrenos mais altos.
O número de mortos no terremoto de magnitude 7,5 que sacudiu o centro do Japão no dia de Ano Novo aumentou para seis, confirmou a polícia na terça-feira (noite de segunda, 1, no Brasil). O sismo causou ondas de tsunami com mais de um metro de altura.
Mais cedo, as autoridades haviam divulgado o registro de quatro mortes.
As autoridades instaram a população a se abrigar diante do risco de ondas gigantes.
"Estamos cientes de que suas casas e pertences são muito queridos para vocês, mas suas vidas são mais importantes do que qualquer outra coisa. Corram para as áreas mais altas possíveis", fez um apelo um apresentador do canal NHK.
O forte terremoto que sacudiu a região central do Japão no dia de Ano Novo causou vítimas "numerosas" e danos "extensos", afirmou, o primeiro-ministro, Fumio Kishida.
"Foram confirmados danos muito extensos, incluindo vítimas numerosas, desabamentos de prédios e incêndios", declarou Kishida a jornalistas, mencionando uma "corrida contra o tempo" para resgatar os afetados.
- "Situação horrível" -
O ministro da Defesa, Minoru Kihara, informou que mil militares estão preparados para ir para a região e que outros 8.500 foram mobilizados. As autoridades também usaram 20 aviões militares para avaliar os danos.
Rodovias foram fechadas nas zonas próximas ao epicentro e os trens de alta velocidade entre Tóquio e Ishikawa foram cancelados.
O governo informou que não foram detectadas consequências nas usinas nucleares do país.
Em Ishikawa e nas vizinhas Toyama e Niigata cerca de 33.500 lares ficaram sem eletricidade.
Os danos causados pelo terremoto afetaram principalmente as casas antigas, que costumam ser de madeira.
O porta-voz do governo, Yoshimasa Hayashi, reportou "seis casos" de pessoas sob edifícios desabados na zona de Ishikawa.
A polícia informou estar investigando relatos de que duas pessoas morreram na cidade de Nanao.
Imagens na televisão mostraram também um grande incêndio que devastou vários edifícios em Wajima.
Um vídeo na rede social X mostrou casas destruídas. "É o distrito Matsunami de Noto. Estamos em uma situação horrível. Por favor, ajudem-nos. Minha cidade está em uma situação horrível", lamentou uma pessoa na gravação.
Cidades do extremo-leste russo também alertaram para o risco de tsunami, sem determinar evacuações.
As autoridades de Vladivostok, cidade russa de 600.000 habitantes, aconselharam os pescadores a retornarem ao porto, afirmando que esperavam uma onda de três metros.
- Lembrança de Fukushima -
Ao todo, mais de 50 sismos de magnitude 3,2 ou mais atingiram a península de Noto em quatro horas.
Situado no chamado "cinturão de fogo" do Pacífico, o Japão é um dos países do mundo onde os terremotos são mais frequentes.
As normas de construção são estritas, os edifícios costumam resistir a fortes terremotos e os habitantes estão acostumados a estas situações.
Mas a traumática lembrança persiste do terrível terremoto de magnitude 9,0 seguido de um gigantesco tsunami que deixou cerca de 20 mil mortos ou desaparecidos em 2011.
A catástrofe incluiu o acidente nuclear de Fukushima, o pior registrado no mundo desde o de Chernobyl em 1986. O tsunami causou o derretimento de três reatores da usina nuclear japonesa.
Em março de 2022, um terremoto de magnitude 7,4 na costa de Fukushima sacudiu amplas zonas do leste do Japão e deixou três mortos.
A capital, Tóquio, foi devastada por um grande terremoto há um século, em 1923.