Lindbergh reage a Haddad e diz que governo adota "política dura de austeridade"
Em entrevista ao Globo, ministro da Fazenda disse que seus críticos dentro PT não podem celebrar resultado econômico bom ao mesmo tempo que o chama de "austericida"
O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), vice-líder do governo no Congresso, reagiu a declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e criticou a condução do governo federal na economia, em especial a definição da meta de zerar o déficit fiscal em 2024. O deputado do PT disse, em mensagem publicada nas redes sociais, que a pasta da Fazenda adota "uma política dura de austeridade que não foi apresentada em momento algum da campanha presidencial".
O parlamentar também disse que limitar o gasto público pode prejudicar eleitoralmente os planos do PT.
"Nesse quadro, optar por uma 'austeridade fiscal' pode ter impacto forte no crescimento em 2024 com cortes no PAC, orçamento das universidades, institutos federais etc…e comprometer a popularidade e a governabilidade do Lula no Congresso", escreveu o parlamentar.
As falas do deputado são uma resposta às declarações dadas por Haddad em entrevista ao GLOBO publicada nesta terça-feira. O ministro comentou as críticas que vem recebendo de uma parte do PT, o que inclui a própria presidente do partido, Gleisi Hoffmann.
– É curioso ver os cards que estão sendo divulgados pelos meus críticos sobre a economia, agora por ocasião do Natal. O meu nome não aparece. O que aparece é assim: “A inflação caiu, o emprego subiu. Viva Lula!” E o Haddad é um austericida. Então, ou está tudo errado ou está tudo certo. Tem uma questão que precisa ser resolvida, que não sou eu que preciso resolver – declarou o ministro.
Lindbergh evitou atribuir a Haddad os resultados positivos na economia. Na avaliação do parlamentar, isso se deu por conta da emenda à Constituição aprovada no final de 2022, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter sido eleito, e que abriu espaço fiscal no orçamento do ano passado.
"Graças a PEC da Transição e uma safra agrícola recorde esse ano, superamos todas as expectativas do mercado. Qual a diferença e as preocupações? Não vamos ter mais a PEC da transição em 2024. Em 2023, as despesas cresceram 9% e estimularam a economia", disse.
O deputado também reclamou do dispositivo do arcabouço fiscal que condiciona o aumento das despesas aos resultados fiscais do país. "Em 2024 vamos ter a meta de déficit primário zero que vai travar o orçamento, congelando as despesas, que na melhor das hipóteses, só vai poder crescer 0,6%".