"Decretaço" de Milei sofre segunda derrota judicial no capítulo da reforma trabalhista
A sentença desta quinta-feira tornou-se uma segunda medida cautelar após a mesma instância ter decidido
A Justiça argentina determinou, nesta quinta-feira (4), uma nova medida cautelar que invalida o capítulo trabalhista de um extenso decreto do presidente Javier Milei que, entre outras 300 modificações, introduz uma reforma criticada pelos sindicatos de trabalhadores.
A decisão da Câmara de Apelações do Trabalho responde ao recurso apresentado pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), principal operadora central do país, contra o mega-decreto de necessidade e urgência (DNU), que entrou em vigor na última sexta-feira.
A sentença desta quinta-feira tornou-se uma segunda medida cautelar após a mesma instância ter decidido, um dia antes, um favor de outro pedido apresentado pela CGT.
O procurador-geral do Tesouro, Rodolfo Barra, informou à AFP que o governo vai apelar desta prerrogativa, embora ainda não tenha tomado qualquer decisão sobre a mesma.
A suspensão é uma medida provisória até que a validade do DNU seja discutida no Congresso.
Apresentado em um contexto de grave crise econômica na Argentina, com uma inflação que supera 160% ao ano e uma pobreza que atinge 40% da população, o mega-decreto de Javier Milei também abre as portas à privatização de empresas públicas e revoga leis de proteção aos consumidores contra aumentos abusivos de preços.
Na manhã desta quinta, Milei garantiu à imprensa que está ciente de que uma grande parte da população enfrentará muitas das decisões tomadas pelo governo, mas que "não fazer nada ou fazer o mesmo que vinhamos fazendo seria infinitamente pior".
“Eu não quero uma Argentina com 98% de pobres e a metade de indigentes”, disse, afirmando que o governo trabalha “para evitar uma crise” e está “conseguindo”, acrescentou, garantindo que melhorias serão observadas em 15 anos.