México investiga cinco mortes após denúncia de suposto ataque de "narcodrones"
Episódio de violência teria ligação com disputa entre grupos de traficantes de drogas
As autoridades mexicanas estão investigando o assassinato de cinco pessoas no estado de Guerrero, no sul do país, informou neste sábado a promotoria regional, depois que uma ONG denunciou um suposto massacre com drones. O episódio de violência teria ligação com uma disputa entre grupos de traficantes de drogas.
“Em relação ao suposto ataque sofrido por 30 pessoas”, foi iniciada uma investigação sobre o assassinato de “cinco pessoas” na localidade de Buenavista, município de Heliodoro Castillo, indicou o Ministério Público.
“Sabe-se que este acontecimento derivou do confronto entre os grupos criminosos de ‘La Familia Michoacana’ e ‘Los Tlacos’, que mantêm uma disputa pelo controle da área”, acrescentou a entidade.
Uma ONG de direitos humanos chamada Minerva Bello relatou na sexta-feira um ataque com drones contra moradores de Buenavista. Após a denúncia, agentes da Promotoria de Guerrero iniciaram uma investigação na comunidade que lhes permitiu “estabelecer a existência de restos de ossos carbonizados correspondentes a cinco pessoas em um veículo queimado”. No entanto, os corpos “foram removidos por cidadãos de Tetela del Río”, uma comunidade vizinha, e as autoridades só encontraram o veículo.
O diretor da organização Minerva Bello, padre Filiberto Velázquez, disse na sexta-feira que as autoridades lhe informaram “que pessoas desta comunidade de Buenavista haviam sido assassinadas”. Ele chegou a falar em 30 mortos, mas, neste sábado, mudou a sua versão:
— Conseguimos verificar a presença de uma viatura incendiada na qual foi encontrado um número indeterminado de corpos queimados e constatou-se a existência de pelo menos 5 crânios. Foram relatados 6 sobreviventes e o paradeiro do resto das pessoas é desconhecido.
O Ministério Público afirmou não ter relatos de desaparecidos na região.
Ataques de drones realizados por cartéis de drogas foram relatados no México nos últimos anos. Guerrero é um dos estados mais pobres do país e é usado por traficantes de drogas para cultivar maconha e papoula.
O governo federal registou mais de 420 mil assassinatos e dezenas de milhares de pessoas desaparecidas desde o final de 2006, quando o presidente Felipe Calderón (2006-2012) lançou uma controversa ofensiva militar antidrogas.