GUERRA NA UCRÂNIA

Novos bombardeios russos na Ucrânia deixam ao menos quatro mortos

De acordo com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, outras 45 pessoas ficaram feridas

Equipes de resgate e residentes locais removem destroços após ataques russos, em Zmiiv - Sergey Bobok/AFP

Ao menos quatro pessoas morreram e dezenas ficaram feridas na Ucrânia em uma nova onda de bombardeios russos, informaram nesta segunda-feira (8) as autoridades ucranianas, depois de Moscou ter alertado que intensificará a sua ofensiva.

Na Rússia, as autoridades anunciaram a retirada de centenas de moradores de Belgorod, uma medida sem precedentes em quase dois anos de conflito para esta cidade russa perto da fronteira com a Ucrânia, que nos últimos dias tem sido alvo de bombardeios pelas forças de Kiev.

Durante os bombardeios russos, "45 pessoas ficaram feridas e nesse momento temos conhecimento de quatro mortos", indicou o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.

Os ataques em ambos os lados da fronteira se intensificaram nas últimas semanas.

As forças russas lançaram "dezenas de mísseis contra cidades e localidades pacíficas da Ucrânia", lamentou o subchefe do gabinete da Presidência, Oleksii Kuleba.

A polícia nacional da Ucrânia informou nesta segunda-feira que quatro pessoas morreram e 38 ficaram feridas em um "ataque massivo" russo que atingiu várias regiões.

Um ataque russo com mísseis atingiu Kryvyi Rog, cidade natal de Zelensky, e deixou uma pessoa morta, segundo a polícia.

Duas pessoas morreram em um ataque com mísseis na região de Khmelnitsky, uma área no oeste do país, longe do front, disseram as forças de segurança.

Na região de Kharkiv, no leste, uma mulher idosa que foi retirada dos escombros de uma casa na cidade de Zmiyiv morreu, informou o governador regional, Oleg Sinegubov.

A força aérea ucraniana informou que derrubou 18 mísseis de um total de 51 projéteis lançados pela Rússia. As defesas antiaéreas derrubaram também oito drones Shahed de fabricação iraniana.

Há menos de uma semana, depois de os bombardeios russos ganharem intensidade, a Ucrânia alertou que tem munições suficientes apenas para resistir a mais alguns ataques importantes.

Medida inédita 
Na Rússia, o governador da região de Belgorod, Viacheslav Gladkov, informou que 300 moradores foram retirados temporariamente, depois que as autoridades fizeram uma proposta nesse sentido na sexta-feira, diante da intensificação dos bombardeios ucranianos.

O Ministério da Defesa russo afirmou nesta segunda que dois drones ucranianos foram derrubados na região de Briansk, também na fronteira com a Ucrânia.

A prefeitura de Belgorod recomendou na sexta pela primeira vez aos residentes que protegessem suas janelas da queda de fragmentos de vidro em caso de ataque. As autoridades também adiaram o início das aulas na cidade e localidades próximas.

Esta evacuação de centenas de pessoas é uma medida sem precedentes para uma grande cidade russa desde que Moscou iniciou a sua ofensiva na Ucrânia, em fevereiro de 2022. Constitui também um golpe nos esforços do Kremlin para manter uma aparência de normalidade e afirmar que o conflito não afeta diretamente a vida cotidiana e a segurança dos russos.

O bombardeio ucraniano em Belgorod deixou 25 mortos em 30 de dezembro, um ataque que causou o maior número de vítimas civis na Rússia desde o início do conflito. O ataque ocorreu após um bombardeio massivo russo em grandes cidades ucranianas, que deixou dezenas de mortos.

Após o bombardeio contra Belgorod, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que intensificará os ataques contra a Ucrânia, quase dois meses antes das eleições na Rússia, nas quais participa como favorito, quase sem oposição, com a certeza de que irá ganhar um novo mandato.