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Manifestantes interrompem discurso de Biden e pedem cessar-fogo em Gaza; vídeo

Grupo gritava 'cessar-fogo agora' na plateia de igreja onde um supremacista branco matou nove pessoas em 2015

Manifestantes interrompem discurso de Biden e pedem cessar-fogo em Gaza - Mandel Ngan/AFP

Manifestantes pró-palestina interromperam o discurso do presidente americano Joe Biden em uma igreja em Charleston, na Carolina do Sul, nesta segunda-feira, para pedir um cessar-fogo em Gaza.

“Se vocês realmente se preocupam com as vidas perdidas aqui, deveriam honrar as vidas perdidas e pedir um cessar-fogo em Gaza”, gritou uma pessoa na plateia da Igreja Metodista Episcopal Africana Emanuel, onde um supremacista branco matou nove pessoas em 2015.

Um grupo de manifestantes começou então a gritar: “cessar-fogo agora”.

 



Enquanto os apoiadores de Biden respondiam com gritos de “mais quatro anos”, Biden disse: “Está tudo bem, está tudo bem”. O presidente fez, então, uma pausa antes de dizer que compreendia a “paixão” dos manifestantes e dizer que trabalhava para reduzir o sofrimento em Gaza.

A administração Biden apoiou amplamente Israel — tanto em palavras como no fornecimento de armamento — na sua invasão e bombardeio de Gaza, após terroristas do Hamas terem matado cerca de 1,2 mil pessoas no ataque a Israel em 7 de outubro.
 

Proteção à vida de civis
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pressionou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, neste sábado (23), para proteger as vidas de civis, enquanto as forças do país realizavam novos ataques militares na Faixa de Gaza. A informação foi divulgada pela Casa Branca.

"O presidente enfatizou a necessidade crítica de proteger a população civil, incluindo aqueles que apoiam a operação de ajuda humanitária, e a importância de permitir que os civis se movam com segurança para longe das áreas de combate em curso", disse em comunicado.

Ataque em área segura
Durante as primeiras seis semanas da guerra em Gaza, que eclodiu no dia 7 de outubro, Israel usou rotineiramente uma das suas maiores e mais destrutivas bombas em áreas designadas como seguras para civis, de acordo com uma análise de provas visuais feita pelo The New York Times.

A investigação em vídeo centra-se na utilização de bombas de 2.000 libras em uma área do sul de Gaza, onde Israel ordenou que os civis se deslocassem por motivos de segurança. Embora bombas desse tamanho sejam usadas por vários exércitos ocidentais, os especialistas em material bélico dizem que quase nunca são lançadas pelas forças americanas em áreas densamente povoadas.

O New York Times programou uma ferramenta de inteligência artificial para escanear imagens de satélite do sul de Gaza em busca de crateras de bombas. Seus repórteres revisaram manualmente os resultados da pesquisa, procurando crateras medindo cerca de 12 metros de diâmetro ou maiores. Os especialistas dizem que normalmente apenas bombas de 2.000 libras formam crateras desse tamanho no solo arenoso e leve do enclave palestino.

Em ultima análise, a investigação identificou 208 crateras em imagens de satélite e imagens de drones. Devido à limitação das imagens de satélite e às variações nos efeitos de uma bomba, é provável que tenham existido muitos casos que não foram registrados. Mas, os resultados revelam que bombas de 2.000 libras representavam uma ameaça generalizada para os civis que procuravam segurança no sul de Gaza.