RIO DE JANEIRO

Diretor-geral da PF afirma que caso Marielle terá "resposta final" no primeiro trimestre deste ano

Andrei Rodrigues disse que elucidação do crime é um desafio que a corporação assumiu no ano passado

Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal - Fernando Frazão/Agência Brasil

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, disse, nesta terça-feira, em entrevista à Rádio CBN, que a investigação sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes terá uma desfecho definitivo ainda no primeiro trimestre deste ano.

— Esse é um desafio que a PF assumiu no ano passado. Estamos há menos de um ano à frente dessa investigação, de um crime que aconteceu há cinco anos, mas com a convicção de que ainda nesse primeiro trimestre a Polícia Federal dará uma resposta final do Caso Marielle — afirmou.

A afirmação de Rodrigues foi feita menos de um mês após o ministro da Justiça, Flávio Dino, dizer que o caso Marielle será "integralmente resolvido" em breve.

— No dia 2 de janeiro disse que iríamos elucidar o caso Marielle Franco. Quero reiterar e cravar: não tenho dúvida que o caso Marielle em breve será integralmente elucidado. É um caso fundamental pelo simbolismo de defesa das mulheres, das mulheres da política e, portanto, da política. Marielle representa a defesa da vida — declarou Dino no último balanço de sua gestão no MJ, no dia 21 de dezembro de 2023.

Em outubro, o inquérito que apura o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes foi enviado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Antes, a investigação tramitava na Justiça do Rio. Amudança foi motivada por novas suspeitas sobre Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Ele foi citado na delação premiada do ex-PM Élcio Queiroz, preso suspeito de envolvimento no assassinato, em 2018.
 

Relembre o caso
Marielle Franco foi assassinada na noite do dia 14 de março de 2018. A notícia se espalhou rápido e chocou o Brasil e o mundo. Aos 38 anos, a combativa vereadora Marielle Franco (Psol) havia sido assassinada juntamente com Anderson Gomes, seu motorista. O crime aconteceu por volta das 21h15. O carro no qual os dois e mais a assessora Fernanda Chaves estavam foi emboscado no bairro do Estácio. Os três haviam acabado de sair da Casa das Pretas, na Lapa, onde a vereadora participara de um debate. Marielle foi atingida por quatro tiros na cabeça e morreu na hora. Na linha de tiro, Anderson é baleado e também morre no local. Atingida por estilhaços, Fernanda sobreviveu.

Em setembro de 2019, a então procuradora-geral da República Raquel Dodge pediu ao STJ para “apurar indícios de autoria intelectual de Domingos Brazão” no homicídio de Marielle. Houve uma tentativa de federalizar as investigações do caso Marielle, passando o inquérito para o MPF e a Polícia Federal. No entanto, a promotora de justiça Simone Sibílio, encarregada do inquérito, defendeu, diante dos ministros do STJ, que a investigação estava em andamento e que dependia de quebras telemáticas para a elucidação do duplo homicídio.

A Corte decidiu manter o caso na esfera estadual. Atualmente, após um acordo no início do ano, coube ao MPRJ e a PF descobrir quem mandou matar a vereadora e seu motorista.