EUA enviará delegação ''não oficial'' a Taiwan após eleições
Medida ocorre em meio às crescentes tensões em torno das eleições de sábado
Os Estados Unidos planejam enviar uma "delegação não oficial" a Taiwan após as eleições presidenciais e legislativas de 13 de janeiro, consideradas cruciais para a ilha, disse um alto funcionário da administração do presidente Joe Biden nesta quarta-feira (10).
A medida de Washington ocorre em meio às crescentes tensões em torno das eleições de sábado, depois que Pequim prometeu anteriormente que "nunca cederá" em sua promessa de eventualmente recuperar Taiwan como parte de seu território.
"Temos a intenção de enviar uma delegação não oficial após as eleições em Taiwan", disse a autoridade americana a jornalistas sob condição de anonimato.
A fonte sugeriu que o grupo de enviados seria composto por ex-funcionários do governo dos Estados Unidos, assim como as delegações anteriores desse tipo nos últimos 20 anos, mas os detalhes ainda estavam sendo confirmados.
"Essas delegações foram usadas no passado para garantir que comunicamos claramente ao presidente eleito, mas também aos outros candidatos, a importância de uma parceria sólida e não oficial", disse o funcionário.
Washington advertiu a China sobre o risco de aumentar as tensões em torno das votações, que são observadas de perto por determinar o futuro das relações de Taiwan com um Pequim cada vez mais firme.
"Pequim será o provocador se decidir responder com mais pressão militar ou coerção", disse o funcionário americano.
O favorito destas eleições presidenciais é o atual vice-presidente, Lai Ching-te, do governista Partido Democrático Progressista (DPP), a quem Pequim descreve como um "obstinado defensor da independência de Taiwan" e um "saboteador puro da paz".
As relações entre a China e os Estados Unidos esfriaram drasticamente nos últimos anos, mas melhoraram desde a cúpula realizada em novembro em San Francisco entre Biden e o presidente chinês, Xi Jinping.
Ambos os líderes concordaram em retomar as conversações militares estagnadas, embora Taiwan continue sendo uma questão espinhosa.
Pequim reagiu com irritação à visita à ilha autogovernada em 2022 da então presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, e cortou as comunicações militares com Washington.