Hamas e familiares de jornalistas mortos em Gaza negam que fossem 'agentes secretos'
Segundo o Hamas, Israel invoca falsos pretextos para justificar os seus crimes contra civis e jornalistas palestinos
O movimento palestino Hamas e os familiares dos dois jornalistas da Al Jazeera que morreram no domingo em Gaza em um ataque israelense negaram as acusações do exército de serem "agentes terroristas".
"São invenções", disse à AFP Wael Dahduh, chefe da sucursal do canal de televisão Al Jazeera em Gaza e pai de um dos dois falecidos, Hamza Dahduh, que tinha "anos de experiência em jornalismo".
"É claro" que as autoridades israelenses "tentam se defender, justificar o que aconteceu e desviar a atenção", acrescentou.
Wael Dahduh já tinha perdido a esposa e dois dos filhos em um ataque israelense em outubro.
Essas são "acusações puramente falsas", disse à AFP Mohamed Thuraya, primo do outro jornalista morto, Mustafa Thuraya, que colaborou com vários veículos de comunicação internacionais, incluindo a AFP.
"Há vários anos trabalhava no jornalismo, como cinegrafista e fotógrafo" e era "conhecido pelo seu profissionalismo", acrescentou.
Em um comunicado, o Hamas descreveu as acusações "contra estes dois jornalistas" como "vagas" e "falsas".
Israel "invoca falsos pretextos para justificar os seus crimes contra civis e jornalistas palestinos", segundo o Hamas.
Hamza Dahduh e Mustafa Thuraya morreram no domingo em um ataque ao seu carro no sul do território palestino, enquanto cumpriam uma missão para a Al Jazeera.
Na quarta-feira, o Exército israelense alegou que "ambos pilotavam drones que representavam uma ameaça iminente às tropas israelenses", descrevendo-os como "agentes terroristas".
Questionado na quarta-feira pela AFP sobre o tipo de drones e a natureza da ameaça, o Exército respondeu hoje que "não tem nada a acrescentar".