Novo comandante

Dorival olha nas raízes do futebol brasileiro o caminho para o futuro do Brasil

Novo treinador deseja aproximar novamente o torcedor da Seleção Brasileira

Dorival Jr, novo treinador da Seleção Brasileira - Staff Images / CBF

Ao longo de mais de 100 anos de história, a Seleção Brasileira de futebol vive um dos seus piores momentos, acumulando quatro jogos sem vencer e vindo de três derrotas consecutivas. Precisando sacudir a poeira, Dorival Júnior, novo técnico da Amarelinha, citou a necessidade de uma mudança de postura daqueles que vestem a camisa da Seleção, da importância de construir uma equipe confiável e de estreitar novamente os laços com o povo brasileiro, durante a sua primeira coletiva como treinador, nesta quinta-feira (11).  

Antes de tudo, ainda no discurso que precedeu a coletiva de imprensa, Dorival buscou estabelecer a necessidade que a Seleção tem de retomar uma boa relação com os seus torcedores, mas que entende que isso será possível a partir de muito trabalho e resultados. “Temos uma Seleção Brasileira, uma Seleção do povo. Então, a partir de agora, não é a Seleção do Dorival, mas a do povo brasileiro. Vamos tentar trabalhar nesse sentido”, começou.

“Para que o torcedor brasileiro passe a viver mais a Seleção Brasileira, todos da comissão técnica precisam dar o nosso melhor para entregar uma Seleção confiável, que volte a passar credibilidade a todos nós”, concluiu.

Identidade  

Desde o final da última Copa do Mundo no Catar em 2022, o Brasil passou pelas mãos de dois técnicos interinos, Ramon Menezes e Fernando Diniz, que carregam estilos de jogo distintos. Fora o fato que o nome de Carlo Ancelotti, treinador que foi apontado por muito tempo como o novo técnico da Seleção, não se confirmou. Diante desse cenário de indefinição, Dorival aponta quais mudanças deseja imprimir. 

“Acho que não é uma mudanças de nomes, porque é algo que vem acontecendo de uma maneira gradativa em relação a Seleção que jogou a última Copa até agora. Mas se trata de uma mudança emocional, postural, em que o atleta tem que entender que está vestindo uma camisa muito pesada, respeitada e referência no mundo todo. Nós temos que ter essa consciência", declarou. 

Na atual Eliminatórias para a Copa de 2026, o Brasil se encontra na sexta posição, com apenas duas vitórias em sete jogos. O treinador afirmou que é necessário buscar mudanças rápidas para a situação da equipe e que isso passa em retomar as raízes do futebol nacional. "Vamos tentar ao máximo para reverter tudo isso, que busquemos os nossos caminhos e encontremos aquilo que a Seleção Brasileira sempre apresentou. Nós primamos por ter um futebol vistoso e bem jogado, mas acima de tudo efetivo e nós não podemos deixar essas características", disse. 

Há menos de uma semana depois da morte de Zagallo, um dos maiores nomes do futebol mundial e quatro vezes campeão da Copa do Mundo pela Seleção, Dorival afirma que essa mudança só poderá passar a partir que os jogadores sintam o real peso da camisa brasileira. "Eu acho que a lição que o Zagallo nos deixou e que tem que ficar guardada para o resto da vida é a condição que o jogador que veste essa camisa tem que ter gana, vontade e garra de querer ganhar a todo momento", refletiu. 

Plano de jogo

As primeiras oportunidades que Dorival Júnior terá de mostrar trabalho em campo será entre os dias 20 e 23 de março, quando o Brasil enfrenta a Espanha e a Inglaterra, respectivamente, em jogos amistosos. O treinador buscou não estabelecer já a maneira que vai jogar e disse que costuma pautar os seus trabalhos em cima das características dos jogadores que tem em mãos.

"Eu acho que em todas equipes que cheguei, eu que me adaptei a equipe. Nunca cheguei com um sistema pré-estabelecido. Eu procuro identificar aquilo que tenho em mãos o mais rápido possível e a partir daí, com as características de cada jogador, o sistema que eu deva empregar".