Israel

Embaixador de Israel lamenta apoio de Lula a ação movida contra seu país por genocídio

Sul-africanos acusam as autoridades israelenses de cometerem um 'genocídio' contra os palestinos na Faixa de Gaza

Presidente Lula - Agência Brasil

O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine, lamentou o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à ação movida pela África do Sul contra o Estado de Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ). Os sul-africanos acusam as autoridades israelenses de cometerem um "genocídio" contra os palestinos na Faixa de Gaza.

— Pena que o presidente brasileiro apoiou essas acusações sem base — afirmou Zonshine ao Globo.

Segundo ele, a iniciativa da África do Sul, que começou a ser analisada nesta quinta-feira pela CIJ — órgão da ONU com sede em Haia, na Holanda — não está de acordo com a legislação internacional. O representante de Israel em Brasília ressaltou que o Brasil também segue os princípios estabelecidos pelas Nações Unidas.

— A definição da ONU para genocídio, e sabemos que o Brasil cumpre as definições da ONU, é um crime cometido com intenção de destruir um grupo nacional, racial, étnico ou religioso. Isso é exatamente o que o Hamas tentou fazer em 7 de outubro: matar israelenses.

O governo brasileiro argumenta que o Brasil condenou os ataques terroristas do Hamas. No entanto, discorda do uso desproporcional da força de Israel contra civis palestinos.

A análise do caso termina nesta sexta-feira. Durante a sessão de hoje, o país africano argumentou que Israel age com "intenção genocida" no enclave palestino. Citou como evidência declarações de autoridades israelenses, como o ministro da Defesa, Yoav Gallant, que disse que o país imporia um cerco completo ao território porque combatia "humanos animalescos".

Zonshine enfatizou que Israel não tem interessse em matar palestinos. Mas afirmou que seu país quer destruir o Hamas.

— Nossa intenção é matar os participaantes e membros do Hamas. O Hamas disse que vai tentar fazer, mais uma vez, o ataque e as atrocidades contra os israelenses. Não podemos deixar o Hamas continuar na Faixa de Gaza.

O diplomata afirmou que o grupo extremista palestino mantém cerca de cem reféns que não têm sequer acesso à Cruz Vermelha. Disse que o Hamas vem cometendo "um crime de guerra atrás do outro".