SEGURANÇA

Após filiação falsa de Lula ao PL, TSE reforça segurança do sistema de registro partidário

Justiça Eleitoral anunciou que o Sistema de Filiação Partidária ficará fora do ar até o início de fevereiro para que mudança seja implementada

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Ricardo Stuckert/PR

Após a falsa filiação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no PL, de Jair Bolsonaro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai reforçar a segurança do sistema usado para cadastrar integrantes dos partidos. A partir de fevereiro, será preciso cumprir mais etapas para se acessar o Sistema de Filiação Partidária, o Filia.

Na última quinta-feira, o Globo revelou que Lula, principal nome do PT, partido que fundou nos anos 80, permaneceu quase seis meses registrado no PL. Após questionamento, o TSE determinou que a Polícia Federal (PF) apure os indícios de crime no caso. Um inquérito policial foi instaurado pela corporação nesta sexta-feira.

Atualmente qualquer alteração partidária de um eleitor só pode ser feita por um representante do partido, com cadastro no sistema de filiação e uma senha pessoal. A apuração interna do TSE concluiu que a inclusão de Lula no PL foi feita pelo login da advogada Ana Daniela Leite e Aguiar, que presta serviços ao partido. Ao Globo, o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, afirmou que acredita que a inclusão do petista na legenda tenha sido feita por um hacker.

Agora, o sistema contará com uma autenticação em dois fatores. A partir do início de fevereiro, todos os representantes de partidos que operam o Filia com uso de senha terão que utilizar também o aplicativo e-Título para confirmar o acesso ao sistema. Os usuários precisarão ter sua biometria cadastrada na Justiça Eleitoral.

A autenticação de dois fatores é uma camada extra de proteção utilizada nos sistemas mais modernos atualmente. O sistema de filiação ficará indisponível a partir deste sábado para que a novidade seja implementada. A previsão é de que a mudança seja concluída no início de fevereiro.

Segundo o TSE, o objetivo da medida é “aperfeiçoar os mecanismos de segurança já existentes e tornar cada vez mais protegidos os dados de eleitores filiados a partidos políticos no Brasil.”