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Tragédia dos Andes: o que permanece no local do acidente, 51 anos depois

Parte da fuselagem, antena de rádio, janelas e itens pessoas estão entre objetos que ficaram para trás

Destroõs do avião que caiu nos Andes em 1972 - Foto: Agência O Globo/Arquivo

O Vale das Lágrimas, cenário do acidente em que uma aeronave transportando 45 pessoas despencou no Chile e onde os sobreviventes permaneceram por semanas, ainda fascina turistas de todo o mundo. Mesmo 51 anos mais tarde, aventureiros se arriscam a explorar a Cordilheira dos Andes, tentando replicar o mesmo caminho que Roberto Canessa e Nando Parrado trilharam até encontrar ajuda. Em expedições ao longo de todos esses anos, amigos, familiares e turistas conseguiram trazer de volta alguns pertences dos passageiros, mas ainda há muitos itens enterrados no local.

Aqueles que conseguiram ou menos tentaram percorrer os mesmos 38 quilômetros concordam: sobreviver demandou um esforço surpreendente, sobretudo considerando que Canessa e Parrado tiveram que enfrentar o frio e a fome, além de lidar com a decisão de devorar os mortos para não morrer de inanição.

Por conta do percurso desafiador e das condições atmosféricas extremas dos Andes, muitos objetos pessoais dos passageiros, assim como peças da aeronave, permanecem no local e se tornaram um verdadeiro santuário para as vítimas.

Demais itens, recolhidos pelas Forças Armadas ou em expedições posteriores de amigos e familiares dos passageiros, foram destinados ao Museu dos Andes, no Uruguai.

Ao jornal argentino Clarín, o guia mexicano Ricardo Peña disse ter encontrado, em sua primeira visita ao Vale, em 2005, o blazer de Eduardo Strauch, um dos sobreviventes. Também descobriu uma bolsa enterrada na neve, com US$ 100 e um passaporte.

Mas a maior parte da fuselagem da aeronave, que serviu de abrigo aos sobreviventes durante 72 dias, ficou enterrada no gelo.

Segundo o jornal, no local do acidente, as equipes de resgate encontraram um trem de pouso com duas rodas (que segue no mesmo lugar), parte dos assentos, um apoio de braço, as capas dos assentos com que os sobreviventes se cobriram e algumas roupas, como calças, meias e camisas.

O suporte onde ficava localizada a antena Collins, que captava sinais de rádio chilenos, também permanece no mesmo lugar. Subindo a montanha, restaram alguns pedaços da fuselagem e do trem de pouso dianteiro, fora parte das janelas e da hélice.