Em Iowa, republicanos abrem a corrida pela candidatura presidencial com Trump como favorito
Pela primeira vez, desde sua tentativa de se reeleger em 2020, Trump enfrentará os eleitores
A corrida pela indicação presidencial republicana nos Estados Unidos começa nesta segunda-feira (15) com assembleias eleitorais no gélido estado de Iowa, que serão o primeiro grande teste para saber se Nikki Haley e Ron DeSantis têm alguma esperança contra o favorito Donald Trump, manchado por escândalos.
Pela primeira vez, desde sua fracassada tentativa de se reeleger em 2020, Trump - processado em quatro ações penais, que vão desde a apropriação de documentos secretos até tentativa de anular sua derrota eleitoral de 2020 - enfrentará os eleitores.
O ex-presidente (2017-2021) tem uma ampla vantagem nas pesquisas e espera-se que vença com folga a primeira etapa do caminho para se tornar novamente o rival republicano do presidente democrata Joe Biden em novembro.
No entanto, os observadores não descartam um surpreendente bom desempenho de Haley ou DeSantis.
Para adicionar incertezas, Iowa pode sofrer nevascas e uma sensação térmica em algumas regiões de -45 graus Fahrenheit (-42 graus Celsius), o que poderia reduzir a participação.
"Peço que você saia, que enfrente o frio e me apoie no caucus do Iowa", publicou DeSantis no X, antigo Twitter, nesta segunda-feira. "Nunca terá a oportunidade que seu voto tenha mais impacto que essa noite!".
No domingo, Trump pediu aos seus partidários que se abriguem, "desafiem o clima, saiam e salvem os Estados Unidos".
"A pergunta que mais estou recebendo agora mesmo é: "O caucus ainda vai ocorrer? Vai haver um vórtice polar", advertiu Maci Arjes, que faz parte de um grupo estudantil republicano da Universidade de Iowa.
O caucus começará às 19h locais (22h no horário de Brasília), quando os eleitores se reúnem em colégios, bibliotecas e quartéis de bombeiros de todo estado.
Diferentemente das eleições habituais, o voto não é secreto. Os eleitores se localizam em espaços destinados a cada opção.
Trump planeja participar de vários "caucuses", disse à AFP seu comando de campanha.
Iowa abre o caminho
Por ser a primeira disputa do país, Iowa tem um grande impacto para o futuro das primárias, já que costuma marcar o impulso e as narrativas dos meios de comunicação para o restante das eleições subsequentes.
Espera-se que Trump ganhe com folga, mas a margem de sua vitória estará submetida a escrutínio, já que se não for esmagadora, afetaria a sensação que se criou sobre a segurança de sua vitória na eleição presidencial.
Haley, ex-embaixadora na ONU e ex-governadora da Carolina do Sul, subiu para o segundo lugar, mas ainda tem apenas 20% de apoio segundo as pesquisas, enquanto o governador da Flórida, Ron DeSantis, tem 16%.
Nas primárias republicanas também há vários candidatos com baixa intenção de votos, entre eles o empresário de biotecnologia Vivek Ramaswamy.
Os democratas de Iowa estão realizando caucus e votam por correio até março. No entanto, esse processo está praticamente definido, já que Biden aspira a um segundo mandato.
Biden, cuja campanha anunciou nesta segunda ter arrecadado mais de 97 milhões de dólares (472 milhões de reais) no quarto trimestre de 2023 e agora tem uma cifra recorde de 117 milhões de dólares (570 milhões de reais), não tem rivais de peso. Disputa a candidatura com a escritora Marianne Williamson e o congressista Dean Phillips.