Putin é um 'predador', diz Zelensky
O presidente ucraniano também voltou a pedir recursos aéreos para continuar o combate contra a invasão russa
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, advertiu nesta terça-feira (16), no Fórum de Davos, que o líder russo, Vladimir Putin, é um "predador" que continuará com a invasão de seu país, e voltou a pedir aos seus parceiros mais recursos aéreos.
Zelensky participa do grande encontro anual do mundo político e financeiro que acontece nos Alpes Suíços, onde recebeu, nesta terça, palavras de apoio de representantes da União Europeia e dos Estados Unidos.
"Depois de 2014", ano em que começou o conflito no leste da Ucrânia com os separatistas pró-Rússia e em que Moscou anexou a península da Crimeia, "houve tentativas de congelar a guerra no Donbass", no leste do país, disse Zelensky, referindo-se às negociações de Minsk entre Rússia, Ucrânia, França e Alemanha.
"Havia fiadores muito influentes, o chanceler alemão, o presidente francês. Mas Putin é um predador que não se contenta com produtos congelados", disse Zelensky, em Davos.
O presidente ucraniano insistiu em seu pedido de mais meios aéreos para enfrentar a invasão russa iniciada em fevereiro de 2022, depois de, nos últimos meses, quase não ter avançado no "front", que se estende ao longo de cerca de mil quilômetros no sul e no leste da Ucrânia.
Zelensky e a sua equipe estão preocupados com a manutenção da ajuda, já que tanto nos Estados Unidos quanto na UE há pacotes retidos por divergências políticas internas.
"Nossos parceiros conhecem nossas necessidades e em que quantidades" estão avaliadas, disse Zelensky, argumentando que seu país provou ser capaz de "atingir aviões militares russos que ninguém tinha abatido até agora".
No dia anterior, Kiev assumiu a responsabilidade pela destruição de dois aviões de comando russos sobre o Mar de Azov, o que seria um duro golpe para a Rússia em uma área que supostamente controla.
Em uma reunião prévia em Davos, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, prometeu a Zelensky manter o apoio de Washington.
"Estamos determinados a manter nosso apoio à Ucrânia e trabalhamos em estreita colaboração com o Congresso para garantir isso. Sei que nossos colegas europeus farão o mesmo", disse Blinken a Zelensky, que aproveitou para ressaltar a necessidade de continuar a ter sistemas de defesa aérea Patriot.
"A Ucrânia pode vencer esta guerra. Mas devemos continuar fortalecendo sua defesa. Os ucranianos precisam de financiamento previsível ao longo de 2024 e além", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, aos líderes reunidos em Davos.
A UE mantém retido um novo pacote de ajuda à Ucrânia de cerca de 50 bilhões de euros (US$ 54 bilhões, ou R$ 264,06 bilhões na cotação atual), devido às reservas da Hungria. O tema estará sobre a mesa em uma cúpula marcada para 1º e 2 de fevereiro, em Bruxelas.