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'Ato falho natural' e 'mal entendido': aliados de Bolsonaro minimizam embate com Valdemar por elogio

Em entrevista, líder do PL chamou petista de 'figura popular'; ex-presidente criticou 'declarações absurdas'

Valdemar Costa Neto - reprodução/Instagram

Deputados da base de apoio de Jair Bolsonaro (PL) tem minimizado o mais recente embate entre o ex-presidente e o líder do PL, Valdemar Costa Neto, que fez elogios a Lula (PT) durante uma entrevista. O aceno ao petista em nada agradou o ex-mandatário que criticou seu dirigente partidário publicamente. Após a troca de farpas, Costa Neto se desculpou com o ex-presidente e colocou panos quentes na situação. Neste contexto, parlamentares da "tropa de choque" do ex-mandatário fazem o mesmo: afirmam que a fala sobre a popularidade de Lula foi editada ou que o episódio de atrito já foi superado.

O impasse entre os dois políticos teve início após Valdemar Costa Neto ter dito ao jornal "O Diário", Valdemar da Costa Neto que Lula era uma figura "extremamente popular" e comparado o perfil do petista com o de Bolsonaro:

— O Lula é um camarada do povo, é completamente diferente do Bolsonaro. E é um fenômeno ele chegar onde chegou. O José Alencar era vice-presidente, nós fizemos parte do governo... E Lula foi bem no governo também, elegeu a Dilma depois. Não tem comparação com Bolsonaro. Primeiro que o Lula tem muito prestígio, ele não tem o carisma que Bolsonaro tem, mas tem popularidade, é conhecido por todos os brasileiros. O Bolsonaro não, tem um mandato só.

A comparação desagradou o ex-presidente que, durante uma conversa com apoiadores, criticou "declarações absurdas" dadas por pessoas dentro de seu partido.

— Se continuar assim você vai implodir o partido, tem pessoa do partido dando declaração absurda como "o Lula é extremamente popular". Manda ele vir tomar 51 aqui na esquina, não vem — disse Bolsonaro.

Apesar da grande repercussão do caso, Sóstenes Cavalcante (RJ) garante que não há problemas internos no partido. "Não vão fazer no PL o que fizeram no PSL", diz em alusão à racha que ocorreu no antigo partido de Bolsonaro.

— Internamente, está pacificado e resolvido. O que acontece é que Valdemar e o PL eram de centro até a entrada do Bolsonaro, quando o partido deu uma guinada à direita. Então é natural um ato falho que rememore essa história. Falei com Valdemar para prestar solidariedade. Não vamos cair armadilha da esquerda que quer semear discórdia e dividir a gente.

Apesar de estar inelegível, Bolsonaro ainda desponta como a principal liderança política do PL. Neste sentido, Júlia Zanatta (SC) diz que o presidente do partido respeita o ex-presidente e que, por isso, sempre opta por escutá-lo.

A deputada também reconhece que declarações elogiosas a Lula acabam gerando um "descontentamento", mas afirma que não haverá briga entre os dois políticos:

— Recebemos muitas críticas a fala do Valdemar por parte de seus eleitores, a gente sente descontentamento nesse sentido. Mas acredito que tudo vai se resolver internamente, vamos conversar e Valdemar vai nos escutar, escutar nossos conselhos. Ele respeita muito Bolsonaro, que é líder da maior parte dos deputados. Tenho certeza que Valdemar e Bolsonaro não vão brigar, foi apenas uma declaração infeliz.

Na mesma toada, Bibo Nunes (RS) chama o elogio de "colocação não apropriada". O deputado também diz que houve edição no conteúdo que viralizou.

— Acredito que ele deva ter se enganado um pouco e também tem edição. Não tem como comparar Lula com Bolsonaro sendo presidente do partido que é o maior do Brasil por conta de Bolsonaro. Dizer que Lula tem toda popularidade... Que popularidade é essa se não pode ir num boteco beber uma cachaça sem ser vaiado? Houve um grande mal entendido, agora passou e vamos voltar a normalidade.