CULTURA POPULAR

Cavalo Marinho, Patrimônio Cultural do Brasil, ganhará registro em livro digital

Publicação foi pensada para registrar, preservar e difundir a brincadeira popular

Registro em livro do Cavalo-Marinho é assinado pela produtora cultural Lorieli Queiroz - Reprodução/Instagram

Animais, humanos e o imaginário popular, como brincantes de uma das facetas da Cultura Popular e Patrimônio Imaterial do Brasil (Iphan, dezembro de 2014).

Trata-se do Cavalo Marinho, folguedo que terá sua tradição registrada em livro digital assinado pela produtora cultural e educadora Lorieli Queiroz.

Sob incentivo do Funcultura, a publicação - intitulada "Essa loa eu vou guardar" - pretende fincar em páginas virtuais a arte centenária vivenciada principalmente na Região da Mata Norte de Pernambuco.

Por meio de uma pesquisa, que deve adentrar os dias da Folia de Momo em Pernambuco, o livro será lançado no próximo mês de março em versão que também poderá ser acessada via QR Code.

A ideia é de que também seja produzida em material audiovisual e, dessa forma, alcançar mais o público, em especial, escolas, universidades e pesquisadores.

"Será uma obra inédita em que vamos contar e recontar a importância poética presente dentro da brincadeira do Cavalo Marinho", ressalta a autora, que cresceu acompanhando os brincantes.

Depoimentos diversos
Pedro Salustiano, filho do Mestre Salustiano, é um dos nomes citados no livro, por meio de depoimento. Ele está à frente do Cavalo Marinho Boi Matuto, herdado do pai desde sua partida em 2008.

Também integram o rol de depoimentos falas de jovens brincantes sobre a experiência de fazer parte de uma arte centenária da Cultura Popular pernambucana, que mistura tradições afro-indígenas e tem origem nos antigos terreiros dos engenhos de cana-de-açúcar.

Ainda haverá espaço no livro para registro de nomes como o do Mestre Luiz Caboclo (Cavalo Marinho Mestre Batista) e do Mestre Grimário (Cavalo Marinho Boi Pintado)

O Cavalo-Marinho
Em chão de terra batida e caracterizado pelo arte teatral, a brincadeira do Cavalo-Marinho reúne personagens - animais, humanos e o imaginário popular - com músicas e versos executados por artistas que embalam o cortejo ao som da rabeca, pandeiro, reco-reco e ganzá.

Em constante transformação, a partir de diálogos variados com brincadores e com o contexto em que se realiza, o valor patrimonial do Cavalo Marinho se insere na capacidade de comunicar temporalidades, espacialidades, identidades e elementos da cultura brasileira tão diversa.

Variante do Bumba meu boi, o Cavalo Marinho é uma brincadeira composta por música, dança, poesia, coreografias e toadas.