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EUA volta a incluir huthis na lista de grupos 'terroristas'

O país havia retirado os huthis de sua lista de "organizações terroristas" em 2021, para facilitar a resposta a uma grave crise humanitária no Iêmen

Rebeldes Huthis - Mohammed Huwais/AFP

Os Estados Unidos anunciaram, nesta quarta-feira (17), que voltarão a incluir os rebeldes huthis iemenitas, apoiados pelo Irã, em sua lista de grupos "terroristas" por seus ataques a navios mercantes no Mar Vermelho.

A inclusão entrará em vigor dentro de 30 dias, em 16 de fevereiro, disse à imprensa uma autoridade americana, que pediu para não ser identificada.

O objetivo da medida é fazer "pressão" sobre o grupo rebelde iemenita, explicou.

Os ataques "são um claro exemplo de terrorismo e uma violação do direito internacional e uma grande ameaça às vidas e ao comércio global, e põem em perigo a entrega de ajuda humanitária", afirmou a mesma fonte.

Ao optar pela classificação de "grupo especialmente designado como terrorista em nível global", em vez de "organização terrorista estrangeira", que abarcaria mais sanções e proibiria completamente o comércio, os Estados Unidos querem manter a ajuda humanitária ao Iêmen, completou o funcionário.

Na terça-feira, o Exército americano destruiu no Iêmen quatro mísseis dos huthis, os quais representavam uma "ameaça iminente" a navios mercantes e militares, de acordo com uma autoridade dos EUA.

Foi a terceira operação em menos de uma semana realizada pelos Estados Unidos contra os huthis, que atacam navios na costa do país mais pobre da Península Arábica, em solidariedade aos palestinos de Gaza, território bombardeado e sitiado por Israel.

Em dezembro passado, os Estados Unidos criaram uma força naval multinacional para proteger a navegação pelo Mar Vermelho, uma rota de trânsito essencial para 12% do comércio mundial.

"Não buscamos um conflito regional, longe disso", declarou ontem o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.

Os huthis consideram fazer parte do que chamam de "eixo de resistência" contra Israel, que inclui grupos apoiados pelo Irã, como o palestino Hamas e o libanês Hezbollah.

Os Estados Unidos retiraram os huthis de sua lista de "organizações terroristas" em fevereiro de 2021 para facilitar a resposta a uma grave crise humanitária no Iêmen, um país devastado pela guerra interna e com grande parte do território sob controle do grupo rebelde.

Com uma população de cerca de 30 milhões de habitantes, o Iêmen está atolado em uma das piores crises humanitárias do mundo.