Câncer de pele: FDA aprova 1º dispositivo portátil que ajuda a detectar tumor de forma imediata
Estudo realizado com o aparelho mostrou que ele tinha uma taxa de 96% ao detectar 224 tipos de câncer de pele
A Food and Drug Administration (FDA), agência regulatória americana, aprovou o primeiro dispositivo portátil para detecção de câncer de pele. Ele ajudará os médicos a identificarem os três principais tipos: melanoma, carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular. Entretanto, os profissionais devem usar o dispositivo para lesões que já foram identificadas como suspeitas, apresentando sinais de câncer de pele, e não para diagnóstico.
O aparelho usa luz combinada com um algoritmo alimentado por inteligência artificial para identificar lesões que podem ter câncer de pele. Quando colocado em contato com a pele, o dispositivo emite luz e captura os comprimentos de onda da luz refletida nas estruturas celulares abaixo da superfície da pele. Posteriormente, utiliza um algoritmo para analisar a luz refletida e detectar a presença de câncer de pele.
Os resultados sairão em forma de “investigar mais”, o que significa que é necessária uma avaliação mais completa e detalhada, ou "monitorar”, ou seja, que não há necessidade imediata de encaminhar o paciente a um especialista.
“Equipar os médicos mais abundantes no país, para avaliar melhor o câncer mais comum no país tem sido uma necessidade importante e de longa data não satisfeita na medicina”, disse Cody Simmons, co-fundador e CEO da DermaSensor, emrpesa que recebeu o aval da FDA para comercializar o dispositivo.
O FDA, entretanto, está exigindo que a empresa conduza outros testes adicionais de “desempenho de validação clínica pós-comercialização” em outros grupos demográficos e disse que o aparelho deve ser usado em pacientes acima dos 40 anos de idade.
A FDA autorizou o dispositivo depois que um estudo mostrou que ele tinha uma taxa de sensibilidade de 96% ao detectar 224 tipos de câncer de pele e um resultado negativo tinha 97% de chance de ser benigno, de acordo com a empresa.
Câncer de pele
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de pele é o mais frequente no Brasil e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país — o que nas novas estimativas para o triênio 2023-2025 corresponde a 211 mil casos por ano. Esse tipo de câncer é causado pelo crescimento incomum de células na pele, formando camadas que determinam o tipo da doença.
Sintomas do câncer de pele
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, os sintomas do câncer de pele costumam se manifestar na forma de:
- manchas ou feridas que não cicatrizam em até quatro semanas e apresentam coceiras ou sangramentos;
- pintas pretas ou castanhas que mudam de cor, textura e tornam-se irregulares e crescem de tamanho;
- lesões de aparência elevada com crosta central e sangramento constante.
Normalmente, essas manchas, feridas, pintas e lesões aparecem em locais expostos ao sol diariamente, mas podem surgir em qualquer parte do corpo.
Há um método comumente indicado por profissionais para que seus pacientes possam identificar sinais suspeitos em seus corpos, o ABCDE. Neste teste é preciso se preocupar caso o sinal esteja dentro dos seguintes critérios:
- Assimetria em sua forma, que pode representar um tumor maligno;
- Bordas irregulares;
- Cor acima dos dois tons da pele, normalmente preto;
- Diâmetro maior que 6 milímetros;
- Evolução de tamanho, forma e cor.
- Nesses casos, é preciso procurar um médico imediatamente.
Qualquer pessoa pode desenvolver o câncer de pele, mas existem alguns motivos que podem aumentar o risco de aparecimento da doença. A maioria dos casos são registrados em adultos com mais de 40 anos e alguns fatores de risco são: pele e olhos claros; exposição intensa e intermitente ao sol; bronzeamento artificial; histórico familiar; e doenças cutâneas prévias.