Mudança climática

BCIE vai priorizar planos para enfrentar migração e mudança climática na América Central

Atualmente, 8% da carteira de investimentos do banco, estimada em cerca de 3,3 bilhões de dólares (cerca de R$ 16 bilhões) ao fim de 2023

Orlando Sierra/AFP

O Banco Centro-Americano de Integração Econômica (BCIE) vai reforçar o financiamento para projetos que mitiguem os efeitos das mudanças climáticas e as causas da migração, dois problemas críticos na região, afirmou sua nova presidente, Gisela Sánchez.

"Uma grande oportunidade que temos são os projetos ambientais, porque infelizmente compartilhamos os mesmos desafios das mudanças climáticas, das secas, inundações. Precisamos trabalhar nesse tema como região", disse Sánchez em entrevista à AFP.

Atualmente, 8% da carteira de investimentos do banco, estimada em cerca de 3,3 bilhões de dólares (cerca de R$ 16 bilhões) ao fim de 2023, consiste em projetos ambientais, mas "isso pode crescer significativamente", acrescentou a executiva costarriquenha.

Ela destacou que os problemas ambientais não têm fronteiras e citou como exemplo o Corredor Seco, uma área que abrange regiões da Guatemala à Costa Rica, onde as mudanças climáticas agravaram nos últimos anos as secas, afetando a produção de grãos básicos, dos quais milhões de habitantes dependem.

O BCIE, sediado em Tegucigalpa, apoiará projetos de manejo responsável da água, resíduos sólidos e redução de emissões de carbono, assim como o desenvolvimento de energias limpas, indicou Sánchez.

A América Central também é impactada todo ano por furacões e fortes chuvas e inundações que devastam grandes extensões de plantações, o que, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), tem um impacto no deslocamento humano.

Dezenas de milhares de centro-americanos, sobretudo guatemaltecos, hondurenhos e salvadorenhos, emigram todo ano para os Estados Unidos em busca de trabalho.

“É gerando emprego e oportunidades que as pessoas vão ficar na América Central. Então temos que trabalhar para promover mais empreendimentos, para apoiar mais as microempresas para que estes, por sua vez, gerem empregos”, afirmou.

O BCIE foi fundado por Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua e Costa Rica. Tem também como parceiros Panamá, Belize e República Dominicana, e como aliados México, Taiwan, Colômbia, Espanha, Cuba e Coreia do Sul.