Agência americana dá aval para 737 Max 9 da Boeing voltar a voar, mas limita produção
Retorno à operação será feito após conclusão de inspeções. Alaska Airlines e United pretende voltar a usar aviões entre sexta (26) e domingo (28)
A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA na sigla em inglês), o órgão regulador do setor no país, deu permissão para que os aviões da Boeing 737 Max 9 voltassem a voar, desde que terminadas as inspeções. No entanto, os reguladores também anunciaram limites à produção do modelo. A empresa terá de manter o atual ritmo de fabricação, o que atrapalha seus planos de expansão.
Os reguladores determinaram que cerca de 170 aviões 737 Max 9 fossem mantidos no chão desde 6 de janeiro, depois que parte da fuselagem de uma aeronave desse modelo que pertencia à Alaska Airlines se soltou com nove minutos de voo, deixando um buraco na lateral do avião.
A agência aprovou um conjunto de procedimentos de inspeção e manutenção a serem cumpridos pelas companhias aéreas para poderem retomar os voos. O processo inclui exigir que as companhias inspecionem certos parafusos e reapertem os fixadores do painel — conhecido como plugue de porta, colocado onde estaria uma saída de emergência se a aeronave tivesse mais assentos.
A United Airlines disse que começaria a inspecionar seus 79 aviões Max 9 de acordo com as novas diretrizes e que esperava começar a usá-los novamente em voos no domingo.
A Alaska Airlines informou em seu site que planeja colocar “alguns aviões” de volta ao serviço na sexta-feira, “com mais aviões adicionados todos os dias à medida que as inspeções sejam concluídas". A companhia aérea disse esperar concluir as inspeções em todos os 65 aviões Max 9 na próxima semana.
Impacto nos negócios
Embora os aviões existentes possam começar a voar em alguns dias, a FAA deixou claro que os problemas da Boeing estavam longe de terminar. Em seu comunicado, a agência disse que não permitiria que a Boeing expandisse a produção de nenhum dos aviões 737 Max – não apenas o Max 9, mas também outras versões do avião. É uma intervenção nos negócios da empresa sem precedentes.
“Deixe-me ser claro: isso não representará o retorno dos negócios da Boeing de forma usual”, disse Mike Whitaker, que está à frente da FAA, em comunicado divulgado na quarta-feira à noite.
Ele acrescentou que a agência não aprovaria aumentos de produção até que estivesse “satisfeita com a resolução dos problemas de controle de qualidade descobertos durante este processo”.
A decisão da FAA é a mais recente de uma série de problemas para a Boeing, e, em particular, para o 737 Max. A linha de aviões com baixo consumo de combustível era uma aposta da Boeing para recuperar espaço que havia perdido para a concorrente europeia, a Airbus.
Em 2018 e em 2019, outros modelos da linha 737 Max estiveram envolvidos em acidentes fatais.
Em comunicado, a Boeing afirmou que “continuará a cooperar de forma plena e transparente” com a agência e seguirá sua orientação.
“Também trabalharemos em estreita colaboração com nossas companhias aéreas clientes enquanto elas completam os procedimentos de inspeção necessários para retornar com segurança seus aviões 737-9 ao serviço”, disse a empresa.