Drogas

Equador destrói 22 toneladas de cocaína apreendidas em sua maior operação antidrogas

O país, que já foi considerado um oásis de paz, está sendo sangrada por uma guerra entre gangues criminosas ligadas aos cartéis mexicanos e colombianos

Destruição de Cocaína no Equador - Daniel Vite/AFP

O Equador destruiu nesta quinta-feira quase 22 toneladas de cocaína encontradas enterradas na província costeira de Los Ríos (sudoeste), naquela que foi a maior apreensão de drogas da história do país.

“O juiz ordenou a transferência da substância e estamos atualmente em processo de destruição”, disse à imprensa o general William Villaroel, diretor de polícia do Antinarcóticos.

Na madrugada desta quinta-feira, a droga foi transportada sob escolta policial e por estrada da cidade de Quevedo, em Los Ríos, até Quito, a cerca de 200 km de distância.

Nas imagens partilhadas pela polícia, blocos de cocaína marcados com legendas como “Iberia”, “Easy Jet”, “Emirates” e “BA” são vistos a entrar numa correia transportadora para serem esmagados num local que não foi identificado pela segurança.

A droga é então misturada com cimento, vidro, areia e cinza, que permanece encapsulada e inativada, segundo as autoridades. A mistura resultante é usada até para fazer blocos de concreto para construção.

Esse método permite a redução do tempo de destruição e é 100% eficaz, segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).

Com esta técnica, podem ser destruídos 1.500 kg por hora, o que é 21 vezes mais rápido do que os 70 kg/h obtidos através da incineração.

A cocaína foi encontrada no domingo nos armazéns de uma fazenda. As autoridades estimam que teve de ser transportado para a Ásia, Europa e América em pequenos aviões.

“Grupos criminosos foram duramente atingidos, drogas foram tiradas deles. Estruturas criminosas também foram investigadas”, acrescentou Villaroel.

Localizado entre os maiores produtores mundiais de cocaína, Colômbia e Peru, o Equador tornou-se um centro logístico de distribuição da droga. Em 2023, o país apreendeu um recorde de 220 toneladas.

A nação, que já foi considerada um oásis de paz, está sendo sangrada por uma guerra entre gangues criminosas ligadas aos cartéis mexicanos e colombianos que se confrontam entre si e às forças de segurança pública.

Após a fuga da prisão do chefe de uma quadrilha criminosa, há duas semanas o presidente Daniel Noboa declarou a nação em “conflito armado interno”, com a qual as forças militares realizaram operações para subjugar organizações de tráfico de drogas, das quais haviam apreendido cerca de 36 toneladas.