ECONOMIA

Grupo francês de luxo Louis Vuitton bate recorde de vendas e lucros em 2023

Números foram alcançados mesmo com um terceiro trimestre no mercado de luxo desacelerado na Europa e nos Estados Unidos e sem a recuperação esperada na China

Clientes fazem filha em frente à loja da Louis Vuitton na Champs-Elysees, no centro de Paris - Cyril Marcilhacy

O grupo francês LVMH, líder mundial do mercado de luxo, anunciou nesta quinta-feira (25) que as vendas e os lucros subiram 9% e 8%, respectivamente, em 2023 se comparado com 2022, quando já tinha apresentado resultados recordes. As vendas atingiram 86,2 bilhões de euros (R$ 423,8 bilhões) em 2023 e os lucros líquidos foram de 15,2 mil milhões de euros (R$ 74,4 bilhões), informou o grupo.

A LVMH, que exerce o controle acionista de marcas emblemáticas como Louis Vuitton, Dior, Tiffany, Loewe e Moët & Chandon, destacou que o novo recorde foi obtido “em um ambiente particularmente perturbado”. No terceiro trimestre, o mercado de luxo desacelerou na Europa e nos Estados Unidos e não alcançou a recuperação esperada na China.

“Em 2024, devemos continuar o crescimento que iniciamos em 2023”, previu o presidente do grupo, Bernard Arnault, durante a apresentação dos resultados. Arnault destacou ainda a expectativa de “um ano excepcional (...), marcado pela associação [da empresa] aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris 2024”.

A LVMH, que já bateu recordes de vendas e lucros em 2022, vê ainda este ano “uma nova oportunidade para reforçar o seu avanço no mercado global de luxo e para contribuir para a projeção global de França”, destacou o executivo.

Filhos no conselho de administração
Os resultados do grupo são explicados sobretudo pelos bons resultados da sua divisão de marroquinaria (Louis Vuitton, Dior, Celine, Fendi, etc.), onde as vendas aumentaram 9%, para 42,2 mil milhões de euros. A Louis Vuitton registou um “ano excelente”, sublinhou o comunicado. A rede de lojas da Vuitton também é “a única no mundo que nunca aplica vendas, isso é único”, disse Arnault, 74 anos.
 

A marca Dior, dirigida durante um ano pela sua filha mais velha, Deplhine Arnault, é “incapaz de fabricar tudo”, acrescentou, referindo-se à elevada procura. Na distribuição seletiva, a progressão de 20% para 17.885 milhões de euros foi em grande parte impulsionada pela sua cadeia de lojas de produtos de beleza Sephora.

A divisão de relógios e joias registou um aumento nas vendas de 3%, o que quase lhe permitiu atingir os 11 mil milhões de euros. As vendas de perfumes e cosméticos aumentaram 7%, atingindo os 8,3 mil milhões de euros, com um “desempenho notável” de Christian Dior.

Além dos resultados, a LVMH anunciou que dois dos filhos de Bernard Arnault, Alexandre, 31, e Frédéric, 29, serão propostos para integrar o Conselho de Administração do grupo. A proposta será apresentada na próxima Assembleia Geral, em abril. Os dois filhos mais velhos do bilionário, Antoine e Delphine, já fazem parte do Conselho. Jean, o mais novo dos cinco irmãos, será o único que não fará parte do Conselho.

“Quando se junta à LVMH, junta-se a uma família”, disse Arnault, sublinhando que a chegada dos filhos “rejuvenesce a equipa de gestão”. “Não tenho planos de sair no curto ou médio prazo, ainda estou aqui por um tempo”, disse ele.