Vida profissional: confira a lista das profissões em alta em 2024
O levantamento aponta que as competências normalmente exigidas para as vagas mudaram 25% desde 2015. A tendência é que o número chegue até 65% até 2030
A evolução do mercado de trabalho ao longo dos últimos anos tem exigido que os profissionais desenvolvam novas competências para se destacar. As mesmas mudanças criaram oportunidades para que trabalhadores e empresas se preparem melhor para o futuro, além de permitir modificações nas carreiras e especializações em áreas inéditas.
Nesse contexto, o Linkedin, uma rede social voltada para o campo profissional, divulgou uma pesquisa sobre as profissões em alta em 2024. A lista com as ocupações indica as tendências para os próximos anos.
O levantamento aponta que as competências normalmente exigidas para as vagas mudaram 25% desde 2015. A tendência é que o número chegue até 65% até 2030. Além disso, os pesquisadores analisaram os dados dos usuários sobre as vagas que ocupam e, a partir daí, classificaram os cargos que tiveram crescimento acelerado nos últimos cinco anos.
Em 2024, o cargo de analista de privacidade ficou com a primeira posição no ranking, seguido do analista de cibersegurança, que ficou com o segundo lugar. As posições são um reflexo claro dos avanços tecnológicos no País, segundo o Linkedin. As novidades da lista ficaram para os empregos de psicólogo infantil, piloto de drone e técnico em geologia.
A plataforma afirmou que a presença do psicólogo na lista, representa o aumento da conscientização sobre a importância da saúde mental, além de ser um indicador da preocupação crescente com o bem-estar psicológico e emocional das crianças.
Segundo a gestora de pessoas e liderança, Ana Cantarelli, crianças que apresentavam um quadro de adoecimento psicológico eram tidas como problemáticas e essa percepção vem mudando ao longo dos anos. “Vamos preparar uma geração mais saudável mentalmente, com um foco mais ampliado na questão do bem estar emocional e psicológico”, afirmou.
Habilidades digitais
Ana diz também que os novos postos de trabalho refletem uma sociedade que está cada vez mais voltada para a tecnologia. Agora as habilidades digitais são mais valorizadas. “A ascensão de empregos em setores como inteligência artificial e análise de dados reflete a importância da tecnologia. Então nós não podemos descartar esse olhar do ponto de vista do que chamamos de habilidade digital”, enfatizou Ana.
Além disso, as habilidades comportamentais também mostram sua importância ao longo desse processo de transformação. A flexibilidade, a capacidade de aprendizagem e a adaptabilidade se tornaram essenciais. “Do ponto de vista histórico, o mundo do trabalho vivenciou dualidades e extremismos.
Por um tempo, eram só máquinas sendo valorizadas. Agora, existe também a valorização do ser humano. Estamos vivendo um equilíbrio entre investir em tecnologia e continuar investindo nas questões relativas aos comportamentos”, completou Ana.
Tarefas eliminadas
O avanço da inteligência artificial e da automação está transformando o mercado de trabalho, é o que diz também Ana Cantarelli. “Estão sendo redefinidas funções, estão sendo eliminadas tarefas repetitivas e esse avanço vem exigindo habilidades mais especializadas”, disse. Mesmo com a automação substituindo tarefas e, consequentemente, eliminando a mão de obra humana, ela cria novas oportunidades principalmente em setores emergentes.
Segundo a especialista, os profissionais precisam adaptar suas habilidades para corresponder às demandas desses setores. “A ideia aqui é que esse profissional foque em capacidades que não podem ser facilmente automatizadas, como, por exemplo, criatividade, resolução de problemas complexos e habilidades sociais”, afirmou.
Conhecimento em ferramentas
De acordo com o gerente comercial da InDrive – aplicativo de transporte -, Gabriel Mulford, o avanço tecnológico exige muito mais do candidato como o conhecimento em certas ferramentas e a alta capacidade de resolução de problemas, além da questão tradicional de cursar uma faculdade ou de ter uma experiência prévia no mercado de trabalho.
“O fato de você precisar desempenhar a maior parte das suas atividades atrás da tela do computador faz com que as companhias exijam conhecimento", disse.
Segundo Mulford, ao longo do tempo haverá um crescimento das exigências por recursos de informática nas descrições das vagas, como por exemplo: R, SQL, Python, Power BI e o próprio Excel. “Para você poder manusear a base de dados e poder fazer análises, para mostrar a saúde financeira do negócio, a saúde do departamento de vendas e onde que a empresa pode investir, entre outros”, completou Gabriel.
Funções estruturadoras
A especialista ressalta que o estudo e a especialização são fundamentais também para aqueles que querem crescer e se manter nas suas áreas. As novas demandas do mercado exigem que os profissionais se capacitem. “Para se preparar para essas profissões do futuro, é fundamental entender o que está acontecendo no mercado”, disse Ana Cantarelli.
“A formação profissional deve ser muito ágil e adaptativa. Isso não quer dizer que vamos deixar de ter áreas que foram estruturantes e são estruturadoras na sociedade como, por exemplo, medicina e toda a área de saúde; e engenharia e todas as ciências exatas. Não é sobre isso, mas é sobre que nível de adaptabilidade que essas ciências terão”, enfatizou.